Moeda argentina desvalorizou em 54% após Milei assumir a presidência

Milei, que prometeu reformas para reverter os problemas econômicos de longo prazo da Argentina, enfrenta críticas.

Javier Milei, presidente da Argentina | Emiliano Lasalvia/AFP
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Na Argentina, sob a liderança do novo presidente Javier Milei, os efeitos rápidos de suas políticas econômicas têm gerado aumento acentuado nos preços, exacerbando a já desafiadora situação financeira do país. Desde sua posse em 10 de dezembro, a moeda argentina desvalorizou em 54%, resultando em aumentos significativos nos custos para os cidadãos. As informações são do New York Times. 

Milei, que prometeu reformas para reverter os problemas econômicos de longo prazo da Argentina, enfrenta críticas pela aceleração da inflação e medidas controversas, como o recente decreto de emergência que reduz o papel do Estado na economia e altera regulamentações.

Os economistas disseram que tais medidas eram necessárias para resolver os problemas financeiros de longo prazo da Argentina. Mas também trouxeram dificuldades a curto prazo sob a forma de uma inflação ainda mais rápida. Alguns analistas questionaram a falta de redes de segurança adequadas para os argentinos mais pobres.

Em novembro, os preços subiram 13% em relação a outubro, segundo dados do governo. Os analistas preveem que os preços aumentarão outros 25% a 30% este mês. E até fevereiro, alguns economistas projetam um salto de 80%, segundo Santiago Manoukian, economista-chefe de uma empresa de consultoria econômica. As previsões são parcialmente causadas pelo aumento dos preços do gás, que subiram 60% entre 7 e 13 de Dezembro, e têm um efeito de repercussão na economia.

Os preços de alimentos e combustíveis dispararam, afetando negócios e famílias, e provocando preocupações sobre a capacidade de enfrentar uma crise econômica mais profunda. A população se esforça para se adaptar aos desafios, ajustando hábitos de consumo e buscando maneiras de sobreviver em meio a uma economia em rápida transformação. 

Marisol del Valle Cardozo, que tem uma filha de 3 anos, tem feito cortes na tentativa de sobreviver, recorrendo a marcas mais baratas e saindo menos. Ouvida pela reportagem do NYT, ela afirmou que não liga o ar-condicionado com frequência, diminuiu os planos de passeios, de quatro vezes por mês para apenas uma vez no mês, entre outras medidas para se adequar. 

Mesmo trabalhando para um departamento de polícia fora de Buenos Aires e também como motorista do Uber, Cardozo disse que os aumentos nas tarifas não acompanharam o aumento dos preços da gasolina. 

"Vivíamos sob uma fantasia", disse, referindo-se aos preços da gasolina antes do recente aumento. "Se esses ajustes forem necessários para prosperar no final, valerão a pena", acrescentou.

O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, disse que a aceleração da inflação era a consequência inevitável de finalmente consertar a distorcida economia da Argentina.

"Ficamos com uma infinidade de problemas e questões não resolvidas que precisamos começar a resolver", disse ele em reportagem do NYT. "Inevitavelmente, passaremos por meses de inflação elevada", completou.

Com informações de NYT via O Globo

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