A falta de médico, no turno da manhã, no posto de saúde do Residencial Taquari, localizado na zona Leste de Teresina, está deixando a população desassistida e preocupada. As pessoas que necessitam de serviços de saúde, principalmente os idosos, estão tendo que recorrer a outros hospitais da localidade, mas enfrentando muitas dificuldades. Os moradores dizem que há cerca de três meses o posto de saúde está sem médico.
?Estamos, todos, sem atendimento médico, desde o mês de março. O médico que nós tínhamos se aposentou e até o momento, não disponibilizaram outro médico, para o posto de saúde do Residencial Taquari?, diz o morador Paulo Sousa Lima, esclarecendo que o posto de saúde atende aos moradores do Taquari e Jeovane Prado. Ele diz também que o problema aumenta, por conta da centralização no atendimento. Ou seja, o médico da tarde não atende aos pacientes do Taquari e Jeovane Prado, mas somente aos pacientes de outros locais, entre eles, a Cidade Leste.
Paulo Sousa é cadeirante e precisa regularmente de fazer consultas, para conseguir receitas para comprar medicamentos que ele usa há 12 anos, desde que foi vítima de um acidente, que o deixou em cadeiras de rodas.
?Ainda bem que o medicamento que recebi do médico do Taquari, deu para suprir durante dois meses, mas os remédios acabaram e minha mulher teve que recorrer a uma amiga que trabalha em um hospital, para conseguir a medicação de que eu preciso e que uso continuamente?, reitera.
A moradora Socorro Maria de Bezerra conta que no posto de saúde só estão sendo realizados exames simples, tipo: de sangue, urina e fezes. Ela diz também que a Fundação Municipal de Saúde (FMS) tem conhecimento da falta de médico e já foi inclusive, questionada pelos moradores do local.
?Chegamos a ligar várias vezes pedindo um médico para o posto de saúde e nos disseram que tínhamos que procurar o coordenador de saúde da zona Leste, mas desistimos porque nunca conseguimos encontrar esse rapaz?, comenta.
Socorro Maria diz ainda que a demanda do Taquari para o atendimento no posto de saúde é muito grande e tem conhecimento, através de alguns dos agentes de saúde do lugar, que todos os dias uma multidão procura o atendimento médico no turno da manhã. ?Muita gente está tendo que se deslocar para outros hospitais, mas a maioria delas reclama das dificuldades encontradas, para se locomover?, finaliza.
Idosos são os mais prejudicados
As pessoas idosas são as que mais encontram dificuldades para se locomover para outros hospitais da região ou no centro da cidade, no caso de irem até o Lineu Araújo, conseguir consultas médicas. A aposentada Maria Raimunda da Costa sofre com problemas de pressão alta, diabetes e usa muletas, para se locomover.
Ela conta que uma agente de saúde vai deixar em sua casa os medicamentos para pressão alta e diabetes, mas outros medicamentos que ela usa, para depressão, por exemplo, só pode receber se for submetida a consultas médicas, para receber a receita específica para remédios controlados.
?Estou sem dormir, porque preciso tomar o remédio controlado e só quem pode passar é o médico do posto. Eu não tenho condições de ir caminhando, para outros hospitais. Quando tinha médico no posto de saúde, ele vinha a minha casa. Mas agora sem médico está muito difícil, para todos nós, moradores?, lamenta.
A situação de Ana Fernandes do Nascimento Silva é praticamente a mesma de Maria Raimunda. Ou seja, ela sofre com problemas de hipertensão e pressão alta e ainda tem depressão, desde os 18 anos de idade. Ela também depende de uma prótese que usa nas pernas, para caminhar, e por conta disso, ainda não pode se deslocar até outro hospital, para uma consulta médica e, consequentemente adquirir os medicamentos controlados.