Os alagamentos durante os períodos chuvosos já fazem parte do calendário dos moradores da zona Leste de Teresina. Bairros como o Jockey, Morada do Sol e São Cristóvão ficam intrafegáveis após chuvas fortes, o que compromete o ir e vir dos moradores da região. Além disso, há inúmeros registros de veículos e pessoas arrastadas pela correnteza das enchentes, e relatos de casas e comércios que são invadidos pela água que transborda das ruas.
Essas enchentes acontecem em razão da impermeabilização do solo, da falta de galerias para escoar a água das chuvas e das pessoas que insistem em jogar lixo nas ruas.
Para solucionar este problema, as obras de construção do Sistema de Drenagem Integrado da zona Leste foram retomadas oficialmente em agosto, após assinatura da ordem de serviço pelo prefeito Firmino Filho e pelo então superintendente da SDU/Leste, Ronney Lustosa. Ao todo, são 7,5 km de galeria, que aliada a outras galerias menores, prometem acabar com os alagamentos e enchentes na região.
A obra está orçada em R$ 46.584.277,99 e está sendo realizada a partir de uma parceria entre a Caixa Econômica Federal, Ministério das Cidades e a Prefeitura Municipal de Teresina. A previsão é que a obra seja entregue até o final de 2015.
Sendo assim, os teresinenses devem se preparar para mais um período chuvoso de transtornos. Pois ao tempo em que a galeria está sendo construída, as ruas e avenidas da zona Leste devem continuar sendo tomadas pela água da chuva, tornando-as intrafegáveis. Os moradores de área propícia a alagamentos também já temem as chuvas, com a iminência de ter os imóveis invadidos pelas enchentes.
Pessoas como o estudante Vinícius Carvalho, que fica impossibilitado de sair de sua residência por causa dos alagamentos: “Minha rua é a Elias João Tajra com a Ininga, e desce muita água da Nossa Senhora de Fátima, daquele alagamento que fica próximo a uma academia. Na última chuva que deu essa semana, o porteiro do meu prédio falou que um carro andou uns 3 metros por causa da força da água. A calçada daqui deve ter 2,5 m e a água fica acima disso”, relata. Ou o administrador Maurício Moura, que viu a sala de sua casa na Visconde de Parnaíba ser alagada: “Já fiquei preso em casa, ou sem poder entrar por causa dos alagamentos. Também já entrou água na minha sala, chegando a molhar a mobília”, afirma.
Já Ana Maria Gonçalves, que reside no Bairro São Cristóvão, julga a rua em que mora como “um rio”. “Se chover e eu estiver dentro de casa, não posso sair. E se eu estiver fora de casa, também não posso entrar, só se for de canoa.
Só não alaga dentro de casa porque a casa é alta, mas a correnteza é muito forte. É uma verdadeira molecagem”, conta.
Estrutura de drenagem deveria estar pronta
A construção deste conjunto de galerias iniciaram em 2011 e já deveriam ter sido concluídas caso o andamento da construção não tivesse sido paralisado. Em razão de problemas burocráticos e da desistência da empresa contratada através de licitação, o anseio por um período chuvoso sem alagamentos foi, literalmente, por água abaixo. Na época, a construção do Sistema de Drenagem Integrado iria custar R$ 29,6 milhões, um valor 42% menor que o orçado este ano.
Segundo informações obtidas junto à Prefeitura de Teresina, quando a atual administração assumiu a gestão, apenas 50 metros da galeria havia sido construído. A empresa que havia ganho a licitação disse que não poderia dar continuidade à obra alegando a falta de um projeto executivo, mas após a entrega do projeto dirigentes informaram à prefeitura que mesmo assim não poderiam levar a obra adiante. Por isso, após tantos percalços, foi necessária uma nova licitação para a retomada dos trabalhos.
As obras estão em andamento desde agosto, e ficam próximas ao final da Avenida Raul Lopes. De acordo com o projeto, o Sistema de Drenagem Integrado da zona Leste beneficiará oito bairros da região Leste de Teresina, sendo eles: Morada do Sol, Piçarreira, Ininga, Santa Isabel, Jockey, Horto Florestal, Recanto das Palmeiras e São Cristóvão.
Galeria deve amenizar alagamentos na região
A construção do sistema de drenagem ainda está no início – apenas 1% foi concluído, tendo base no gasto financeiro de R$ 400 mil dos R$ 46 milhões –, mas José Alberto Rodrigues Guimarães, gerente de obras da SDU/Leste, garante que os teresinenses vão sentir melhorias no que diz respeito aos alagamentos em pontos críticos das avenidas Homero Castelo Branco, João XXIII e Presidente Kennedy: “Os pontos críticos de alagamento vão sofrer uma influência direta das obras já de agora. Porque antes do período da chuva nós queremos que a obra atravesse a João XXIII, como forma de ajudar a evitar o acúmulo de água. Vamos sentir melhorias a curto prazo”, explica.
José Alberto diz que a partir de novembro a obra partirá par a construção do canal fechado da galeria: “Começamos a frente de serviço com um canal aberto, iniciando na Raul Lopes. Já colocando as aduelas pré-moldadas em 60 metros do canal aberto, e agora vamos avançar até o final do canal e a partir do dia 11 de novembro vamos partir para o canal fechado, de tubulações enterradas”, conclui.
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