Quatro dias após a morte do jornalista estadunidente Grant Wahl na tribuna de imprensa do Lusail Stadium, durante a partida entre Argentina e Holanda, a autópsia do corpo do repórter foi feita. E com isso se descobriu a causa da morte dele.
Segundo o jornal estadunidense The New York Times, Grant Wahl morreu em decorrência de uma ruptura catastrófica no vaso sanguíneo da aorta ascendente. Traduzindo, o jornalista teve um aneurisma e não sobreviveu. "Eu realmente sinto algum alívio em saber o que era", respondeu rapidamente a esposa do jornalista, a médica Celine Gounder.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o aneurisma "é uma saliência ou protuberância cheia de sangue em uma parte da aorta que passa pelo peito. A aorta é o principal vaso sanguíneo do corpo. Sai do coração, passa pelo peito (denominado área torácica) e vai até o abdômen, onde se divide para levar sangue às pernas".
Segundo a Sociedade, os principais fatores de risco para desenvolver um aneurisma são tabagismo, pressão alta e histórico familiar de aneurisma.
FALTOU DESFRIBILADOR NO ESTÁDIO
Um jornalista que estava na tribuna de imprensa, local em que Wahl morreu, compartilhou um longo testemunho e disse que não havia desfribilador no estádio.
"Por que não havia um desfibrilador? Essa era a pergunta que ficávamos fazendo uns aos outros, enquanto os médicos bombeavam e bombeavam sem sucesso. Neste estádio de última geração de bilhões de dólares, que tem uma suíte VIP tão luxuosa que inclui um quarto, que sediará a final da Copa do Mundo, por que não havia desfibrilador à mão? Muitos minutos se passaram e continuamos esperando que viesse. Mas nunca veio", relatou Josh Glancy, correspondente especial do The Sunday Times.
ESTAVA SENDO AMEAÇADO
Havia uma suspeita inicial de que Wahl poderia ter sido assassinado. Isso porque o jornalista foi barrado de uma partida por estar com uma camisa estampada com a bandeira da comunidade LGBTQIA+ (a homossexualidade é proibida no Catar). Logo após esse caso, Wahl passou a receber ameaças de morte e relatou ter sido seguido por autoridades no Catar. No entanto, o próprio irmão da vítima, voltou atrás dessa versão.
Em seu perfil no Twitter, Eric Wahl afirmou que: "Assim que soube de sua morte, a primeira coisa que pensei foi que ele havia sido assassinado. Eu me baseei em coisas que G [apelido de Grant] disse nas duas últimas vezes que falei com ele. Mas obviamente eu não sei nada com certeza. Nossa família aguardará notícias dos médicos americanos e confiamos que as pessoas do governo americano com quem estivemos em contato estão fazendo tudo o que podem para nos ajudar a obter respostas".