Motorista de ônibus é demitido após pendurar menina de 6 anos durante viagem

Avó disse que criança de 6 anos gritava o tempo todo que ia morrer.

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O motorista do ônibus do BRT, que deixou uma criança pendurada do lado de fora do ônibus na altura da estação da Penha, na Zona Norte do Rio, com destino ao Parque Proletário na noite da quinta (9), foi demitido por justa causa na manhã desta sexta-feira (10). A informação é do consórcio responsável pelo transporte. Ainda segundo o BRT, o homem admitiu que o braço da menina ficou preso à porta. Imagens das câmeras de segurança do veículo vão ser entregues a Polícia Civil.


Passageiros desesperados

Foram dez minutos e cinco quilômetros de total desespero, nos quais a menina Jenifer, de 6 anos, ficou pendurada do lado de fora de um ônibus do BRT. “Aí eu gritei pra ele abrir a porta porque a minha sobrinha tava do lado de fora e ele disse que: ‘Só posso abrir na próxima estação’. A gente gritando muito, aí os passageiros gritando muito também”, afirmou Michele, tia da criança. Ela e outros dois adultos, estavam levando cinco crianças ao cinema.

De acordo com a atendente Jéssica Florêncio, de 23 anos, a filha, Jenifer, estava com a avó quando ocorreu o incidente. “Minha mãe estava de mãos dadas com a minha filha e o meu sobrinho. Quando eles foram desembarcar, ela segurou a mão da Jenifer para ela pular o vão entre o BRT e a plataforma e o motorista fechou a porta. Todo mundo começou a gritar para o motorista abrir, mas ele disse que só podia abrir a porta de novo na outra estação e arrancou”, contou.

Apesar da menina não ter sofrido nenhum ferimento aparente, a mãe afirma que ela sente muitas dores e ficou apavorada. “Ela está muito nervosa. Minha mãe contou que ela gritava o tempo todo que iria morrer. O braço dela ficou vermelho e inchado e ela reclama de muitas dores”, relatou a mãe.

Segundo Jéssica, a mãe dela viveu momentos de desespero. “Ela ficou segurando a mão da minha filha dentro do BRT. Foi o que manteve a Jenifer presa, senão ela tinha caído. O motorista arrastou a minha filha até a estação do Fundão”, disse.

Ao parar o coletivo, o motorista pegou a mochila e abandonou o coletivo. “Os passageiros estavam revoltados e ele saiu correndo e entrou num ônibus, deixando minha filha sem socorro. Na estação, um fiscal do BRT só perguntou o que aconteceu, mas não fez nada para ajudar”, destacou.

Assim que o ônibus da viação Santa Maria chegou ao terminal, o motorista freou bruscamente -- machucando alguns passageiros -- abriu a porta e fugiu. Mesmo com o depoimento de testemunhas que confirmaram a versão da família, o caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso) como lesão corporal culposa - ou seja, sem intenção. O motorista, identificado como Cláudio Hamilton, se apresentou no fim da noite na delegacia de São João de Meriti e foi liberado.

Em nota, o Consórcio BRT disse que "a atitude do motorista não condiz com a postura que se espera dos profissionais que atuam no sistema" e afirmou que pediu o afastamento dele à empresa consorciada. O comunicado destacou que a menina e a família receberão suporte e que apoiará o trabalho da polícia na investigação do caso.

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