O motorista Antônio Carlos Rodrigues, de 43 anos, que foi preso por erro da polícia, foi solto na noite desta sexta-feira (20) na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele passou nove dias na cadeia porque a delegada achou que ele era parecido com um criminoso, que já estava preso, mas os investigadores não sabiam.
Quando Antônio Carlos apareceu no portão da cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, os familiares o aguardavam e comemoraram muito.
“Queria ser uma mosquinha só para poder estar lá naquela delegacia vendo eles vendo essa reportagem aí. Deixa eu ir para casa porque é isso aqui que eu tenho”, afirmou Antônio Carlos, apontando para a família que o aguardava.
Antônio Carlos havia sido preso depois que investigadores da Delegacia de Apoio ao Turista (Deat) viram fotos dele em redes sociais e apontaram supostas semelhanças com um bandido que invadiu o Consulado da Venezuela no mês passado.
O relatório da delegada Valéria Aragão afirma que ambos são carecas, têm orelhas grandes, pontudas e voltadas para fora e são parecidos quando usam óculos escuros. Ela também viu semelhança na cor de pele, no formato do nariz e no formato da cabeça.
“Foi um erro grotesco, qualquer olhar leigo vai reconhecer a diferença física entre os dois”, afirmou o irmão, Leonardo Ribeiro.
Diante do erro da polícia, a própria família se mobilizou para investigar o caso e descobriu que o verdadeiro criminoso já estava até preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, por outro assalto.
No alvará de soltura concedido pela Justiça destaca que Antônio Carlos foi preso de forma equivocada e mais uma vez coube à família se esforçar para que ele fosse libertado ainda na noite desta sexta. Por volta das 10h30, o motorista de aplicativo deixou a cadeia.
A delegada Valéria Aragão não quis se manifestar. A Polícia Civil disse apenas que a investigação é sigilosa.