Motoristas e cobradores de ônibus decidiram que vão entrar em greve a partir da meia-noite desta quinta-feira (28), em Teresina. A categoria se reuniu em uma assembleia na manhã desta quarta-feira (27), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), e decidiu por unanimidade parar por tempo indeterminado.
Os servidores exigem a assinatura da convenção coletiva dos anos de 2020 e 2021 e melhores condições de trabalho. Francisco Souza, Secretário de Previdência e Assistência Social do Sintetro, confirmou a decisão em entrevista ao meionorte.com. Segundo o diretor, a medida chega após tentativas frustradas de negociações entre trabalhadores e as empresas dos ônibus.
"Decidimos parar e já sugiro às associações de usuários que cobrem as condições dos ônibus que estarão circulando conforme a lei, no caso, a frota de 30%. Não temos mais de 200 ônibus circulando em Teresina e, com a greve, o trabalhador vai ter que cobrar as empresas, a frota será mínima", afirma Francisco.
Miguel Aracanjo, secretário de imprensa do Sintetro, convocou motoristas e cobradores para o segundo turno da assembleia, que acontece na tarde de hoje (27), para endossar a decisão com uma segunda votação em apoio à greve. "Por unanimidade, a categoria referendou aquilo que já havia definido na última assembleia. Então, amanhã todos os trabalhadores estarão na luta. Agora ou nunca, o Setut tem que assinar a nossa convenção coletiva de trabalho, pois não dá mais para continuar da forma que está", completa.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou, por meio de nota, que irá disponibilizar os 240 veículos cadastrados para circular pelo período que durar a paralisação. Além disso, a Strans também abriu vagas para o cadastramento de veículos para uso coletivo mediante pagamento.
SETUT assegura que as empresas têm cumprido acordo
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informou que tem realizado regularmente o cumprimento do acordo feito com a Prefeitura de Teresina, incluindo as questões trabalhistas com os motoristas e cobradores de ônibus.
Segundo o Sindicato, as empresas já efetivaram na semana passada o pagamento do acordo realizado em janeiro deste ano entre Prefeitura e Sintetro, no valor de R$ 720 mil, como também já iniciou o pagamento das folhas que estavam em atraso. A frota da ordem de serviço acordada com o ente municipal tem sido cumprida e foi toda colocada à disposição dos passageiros do transporte coletivo de Teresina. Dessa forma, a entidade não vê quaisquer motivos para uma possível paralisação dos serviços, por parte dos trabalhadores.
O Setut também reforçou que a possibilidade de assinatura da Convenção Coletiva com os trabalhadores deve ser discutida em janeiro de 2022, conforme data base, determinada por lei. Naiara Moraes, consultora jurídica do Sindicato, destaca que o setor está focado em reerguer o sistema de transporte público.
"O Consórcio SITT e demais empresas não compactuam e nem tem participação na paralisação dos trabalhadores. Nos causa estranheza essa possível paralisação que somente irá prejudicar a população. Garantimos que as empresas estão cumprindo todas as duas obrigações trabalhistas. Importante ressaltar que a data base de assinatura da convenção coletiva está prevista somente para janeiro de 2022. O Setut tem cumprido o seu papel com a sociedade e reforçado a prestação de serviços com qualidade, eficiência e agilidade no atendimento aos passageiros da cidade", disse.
O setor de transporte público de Teresina conseguiu alcançar 28% do passageiro transportado antes do início da Pandemia. Anteriormente, a quantidade de passageiros era cerca de 200 mil e atualmente ainda estão em 60 mil usuários efetivos.