Motoristas e cobradores de ônibus entram em greve em Teresina

De acordo com Miguel Arcanjo, diretor de comunicação do Sindicato, a greve é por tempo indeterminado.

greve | Meio Norte
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Os motoristas e cobradores de ônibus paralisaram as suas atividades em Teresina à 0h desta segunda-feira, 08 de fevereiro. Essa já é a quarta paralisação da categoria somente neste ano. Desta vez, a greve tem a adesão do Sindicato dos Trabalhadores em Tranportes Rodoviários (Sintetro) e tem como objetivo reivindicar a não renovação da convenção coletiva de trabalho. Eles se concentraram na garagem da EMTRACOL, na zona Sudeste de Teresina.

De acordo com Miguel Arcanjo, diretor de comunicação do Sindicato, a greve é por tempo indeterminado.

"Na realidade essa é a quarta paralisação, mas é a primeira a qual o Sindicato está a frente, as outras paralisações que tiveram antes foram os trabalhadores revoltados com toda essa situação que vem acontecendo no transporte coletivo, então os trabalhadores por conta própria combinaram nas redes sociais essa paralisação, inclusive o último foi na sexta-feira pelo fato das empresas não terem pagado o nosso salario referente ao mês de janeiro. Esse movimento de hoje é uma greve e o que motiva essa greve é a não renovação da nossa convenção coletiva de trabalho", afirmou.

Ainda segundo Miguel Arcanjo o não pagamento de salário, é um dos fatores da greve. "A greve foi deliberada em Assembleia no ultimo dia 26 de janeiro. Nós estamos sem convenção desde janeiro de 2020, tentamos o ano inteiro de 2020 negociar como Setut e eles se negando a negociar com os trabalhadores", declarou.

"Na última reunião que houve semana passada com o Setut eles propuseram reduzir salário e reduzir jornada. Como eu vou reduzir um salário que eu não sei quanto é? Então para que isso seja feito primeiro tem que se negociar a convenção coletiva. Então o radicalismo do Sindicato, se é que existe, é nesse sentido, de renovar a convenção coletiva dos trabalhadores do setor de transporte urbano, que é isso que garante os nossos direitos", disse Miguel Arcanjo.

Em nota, o Setut informou que tentou um acordo com o Sintetro com objetivo de evitar o movimento grevista, mas não houve entendimento entre as partes.

POSICIONAMENTO DO SETUT 

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SETUT) informa que tentou acordo com o Sintetro a fim de evitar o movimento grevista, contudo não houve um entendimento efetivo entre as partes. Na última reunião, o Setut explicou aos representantes a impossibilidade de fechamento de acordo da convenção coletiva, devido aos problemas financeiros enfrentados pela empresa. Também foi explicado aos trabalhadores, que o pagamento que deveria ter sido realizado no último dia 05 não foi feito em decorrência do não repasse da Prefeitura de Teresina referente aos valores devidos, conforme prevê edital do sistema de transporte. 

Atualmente, o setor de transporte público está passando por dificuldades, com condições financeiras precárias, tanto devido à redução na queda de passageiros em função da pandemia, gerando consequente queda de receita como também às dificuldades geradas pelos recorrentes atrasos nos repasses da Prefeitura, que só ocorreram após intervenção através de ações judicias. 

A entidade ressalta ainda que hoje o faturamento das empresas se concentra somente em ¼ do que se arrecadava e não há condições de aumento salarial aos trabalhadores. A entidade lamenta a mobilização, que causa prejuízos e transtornos aos teresinenses que necessitam, diariamente, utilizar o transporte público.

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