Usuários de transporte público estão apreensivos com a possibilidade de uma nova paralisação dos motoristas e cobradores das empresas de ônibus de Teresina, na próxima segunda-feira, dia 04 de Fevereiro. A greve deve ser definida até a sexta-feira (01), data prevista para ocorrer uma reunião entre prefeitura e empresários do setor de transportes públicos. O objetivo do encontro é definir o pagamento ou não de subsídio que permitirá aos empresários atenderem as demandas da categoria, que pede um reajuste de 8,5%, melhores condições de trabalho e aumento da frota que circula pela cidade.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Piauí (SINTETRO), Fernando Feijão, explica que a classe ainda não recebeu resposta das empresas, e caso as demandas não sejam atendidas, a paralisação será o próximo passo para os trabalhadores do setor.
“Nós estamos vendo, a cada dia que passa, a frota de ônibus diminuindo e o desemprego aumentando. Queremos evitar que a situação piore ainda mais, no entanto, infelizmente não recebemos nenhuma resposta positiva dos patrões. Estamos negociando desde dezembro do ano passado e os empresários continuam sem colocar uma proposta para a classe”, fala Fernando Feijão.
Ele explica ainda que um dos motivos para os empresários ainda não terem apresentado uma contraproposta às reivindicações feitas pela classe é o fato de eles estarem esperando receber da prefeitura valores de um subsídio. “Nós não nos interessamos por essa outra negociação entre empresários e prefeitura, queremos apenas uma resposta às nossas demandas”, diz o presidente da SINTETRO.
A possibilidade de paralisação foi acertada entre a classe em assembleia realizada na última terça-feira (29). “A paralisação irá respeitar a lei e manter 30% da frota rodando, no entanto, somente haverá a paralisação, caso até esta sexta-feira nós não recebamos nenhuma resposta”.
Philipe Salha, superintendente regional do Trabalho, está intermediando as negociações e confirma que os empresários estão buscando a prefeitura para receber o subsídio e assim ter verba para promover uma proposta para as demandas recebidas. “A reunião foi marcada, primeiramente, para esta quinta-feira (31), no entanto, por motivos de agenda, foi transferida para a sexta-feira. Os empresários querem uma garantia da prefeitura para que possam fazer as negociações com os trabalhadores. Acreditamos que essa garantia e um acordo dos empresários com o prefeito devem acontecer nesta reunião, tudo indica que dará certo”, explica Philipe Salha.
“Os empresários já estão de acordo com 80% das cláusulas, faltando apenas verificar os pontos que dizem respeito à questão financeira. Mas apostamos que assim que isso for resolvido nesta sexta, a paralisação não deve acontecer”, acrescenta o superintendente.