MP vai investigar suposta omissão da Enel sobre apagão em São Paulo

A investigação visa esclarecer as razões para a demora no restabelecimento da energia elétrica

Queda de árvores em São Paulo | Divulgação
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está se preparando para iniciar uma investigação em relação à atuação da concessionária Enel no restabelecimento de energia para os consumidores da Região Metropolitana de São Paulo após um forte temporal ocorrido na última sexta-feira (3). Até o momento, quase três dias após a tempestade, mais de 500 mil imóveis na Grande São Paulo ainda estão sem energia elétrica, e há relatos de moradores da capital que afirmam que faltam funcionários da Enel para desenergizar as redes danificadas por árvores e acelerar o trabalho de liberação das ruas pela prefeitura.

A investigação visa esclarecer as razões para a demora no restabelecimento da energia elétrica e verificar se a Enel possui pessoal suficiente para atender às demandas emergenciais nos 24 municípios onde a empresa italiana atua. Os promotores paulistas acreditam que, diante da extensão dos danos à rede de energia, que afetou mais de 2,1 milhões de imóveis atendidos pela Enel, era necessário contratar equipes de emergência para garantir a rápida retomada do serviço.

Esta investigação se junta a outras ações em andamento relacionadas à Enel, incluindo um inquérito sobre o atraso da empresa na implementação de planos de aterramento de fios na cidade de São Paulo. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) também revelou uma redução significativa no número de funcionários da Enel ao longo dos anos, o que pode estar contribuindo para os problemas de atendimento.

Em 2010, antes da privatização, a Eletropaulo tinha 7 mil funcionários, mas esse número diminuiu para 4.400 em 2022 e, em 2023, chegou a 3.900 funcionários, de acordo com a CPI. Além disso, a Alesp aprovou um requerimento para ouvir o presidente da Enel ainda neste mês, diante da crise vivida pela empresa no atendimento à população que continua sem energia elétrica. 

A vereadora Luna Zarattini protocolou um requerimento na Alesp para a abertura de outra CPI com o objetivo de investigar as falhas, irregularidades e ilegalidades da Concessionária Enel.

A Defensoria Pública de São Paulo também está buscando esclarecimentos da Enel sobre a interrupção de energia elétrica na capital, questionando a política de compensação, medidas para reparação dos prejuízos dos consumidores e planos de emergência da empresa.

Até o momento, a Enel informou que 500 mil imóveis na Grande São Paulo permanecem sem energia, com a maioria deles localizados na capital. Equipes continuam trabalhando para restabelecer o serviço gradualmente, devido à complexidade dos danos causados pelo temporal, com previsão de normalização até a próxima terça-feira (7). A falta de energia prejudica o ano letivo, pois até o momento, 12 escolas da capital estão sem aulas. Em São Caetano do Sul, o número chega a 18 escolas. Em Taboão da Serra, são 10 escolas.

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