Jogador Sheik, do Corinthians, e cantor Belo serão indiciados por contrabando de carros

Entre os jogadores de futebol contam os nomes do atacante Emerson, do Corinthians, e Diguinho, do Fluminense

Operação da PF realizada, nesta sexta-feira (7), em 14 Estados e no DF para combater uma organização criminosa suspeita de contrabandear carros | Divulgação/ UOL
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O Ministério Público Federal (MPF) pedirá esta semana o indiciamento por contrabando de alguns dos jogadores e artistas que compraram os carros importados apreendidos pela Polícia Federal (PF), na sexta-feira (7), durante a "Operação Black Ops". De acordo com o MPF, em alguns casos há evidências de que os clientes sabiam que os carros vendidos eram ilegais.

Entre os jogadores de futebol contam os nomes do atacante Emerson, do Corinthians, e Diguinho, do Fluminense. Todos negam as acusações. A importação de veículos usados é considerada contrabando pela legislação brasileira, mas os contrabandistas conseguiam a entrada dos carros como novos com a falsificação de documentos e pagamento de propinas nos portos do Recife, de Vitória e do Rio. A quadrilha atuava em 15 estados.

"Em diversas transações, existem elementos fartos nos autos que levam a conclusão de que o comprador do veículo sabia que o carro tinha origem ilegal. Chamaremos para prestar depoimento aqueles sobre os quais pairam dúvidas (sobre a inocência), mas em caso de indícios fortes os compradores serão processados", afirmou o procurador da República, Antônio Cabral. O MPF aguarda apenas a lista de apreensões durante a operação, que deverá ser fornecida pela PF e pela Receita Federal, para denunciar os compradores.

Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, alguns clientes realizam mais de uma compra dos automóveis, cujo valor mínimo era R$ 200 mil. Alguns registraram os carros em nome de laranjas. Em uma das gravações, o cantor Belo é ameaçado por Haylton Escafura, contraventor e sócio de um de revendedora de veículos importados, por falta de pagamento de um dos carros que o artista comprou. Belo também nega, alegando que não possui carro importado.

De acordo com o MPF, o esquema só foi possível pela associação de Escafura com o israelense Yoran El Al, um dos homens mais procurados pela Interpol e pertencente à organização criminosa Família Abergil, máfia especializada em lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. O brasileiro continua foragido, mas o israelense foi preso sexta-feira pela PF. O pai de Haylton, o bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha, teve a fiança estabelecida em R$ 100 mil e deve efetuar o pagamento até hoje para não ser preso. Pai e filho atuavam na exploração de máquinas caça-níqueis, algumas delas também em sociedade com o israelense.

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