Uma ação civil pública ingressada pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM), na terça-feira (23), pede que a Justiça proíba a utilização de animais silvestres em eventos públicos e determine o pagamento de indenização mínima de R$ 1 milhão por danos morais coletivos pela a morte da onça Juma, sacrificada durante o Revezamento da Tocha Olímpica em Manaus, em junho deste ano.
O animal era mascote do Comando Militar da Amazônia (CMA), que também abriga outros felinos de espécies diferentes resgatados após maus tratos. A ação quer proibir o transporte e a exibição de animais silvestres em eventos, sem autorização do órgão ambiental competente.
"O desfile militar de 7 de Setembro se aproxima e há a tradição de exibir onças na parada que ocorre em local com grande público, barulho e fogos", diz comunicado do MPF-AM.
De acordo com o Ministério Público Federal, o Exército não possui licença expedida pelo órgão ambiental competente para manter animais silvestres em cativeiro.
"Além de comover milhares de brasileiros, que se sensibilizaram com a morte da onça que havia sido exibida acorrentada para 'abrilhantar' a passagem da tocha olímpica por Manaus, o episódio foi amplamente noticiado pela imprensa estrangeira que cobriu as Olimpíadas Rio 2016, causando um enorme constrangimento internacional para o Brasil", afirmou o procurador da República Rafael Rocha, responsável pela ação.
O Exército informou que o prazo para conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o caso foi prorrogado, e que só deve se pronunciar após a conclusão do mesmo.