O ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou neste sábado que houve uma "fratura de confiança" na relação com o Exército. Lula decidiu demitir o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, na tarde deste sábado (21) em meio a uma crise após os ataques de golpistas bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes.
Lula cumprimenta general Tomás Paiva, o novo comandante do Exército Foto: Ricardo Stuckert
Arruda será substituído pelo Comandante Militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. O militar era o favorito de aliados do presidente para ocupar o posto. Na última quarta-feira, em discurso durante um evento militar, Arruda pediu a sua tropa respeito ao resultado das urnas.
O ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou neste sábado que houve uma "fratura de confiança" na relação com o Exército. Lula decidiu demitir o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, nesta tarde em meio a uma crise após os ataques de golpistas bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes.
Arruda será substituído pelo Comandante Militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. O militar era o favorito de aliados do presidente para ocupar o posto. Na última quarta-feira, em discurso durante um evento militar, Arruda pediu a sua tropa respeito ao resultado das urnas.
– Evidentemente, depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos, a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente do comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança. E nós precisávamos estancar isso logo no início desse episódio. Até para que nós pudéssemos superar esse episódio – disse o ministro em um breve pronunciamento no Palácio do Planalto.
O ministro contou que Arruda foi comunicado da demissão neste sábado e anunciou o novo comandante:
– Conversamos hoje com o general que estava no comando logo cedo, o general Arruda, que eu faço as minhas melhores referências. E por isso eu queria apresentar o seu substituto: o general Tomás, que hoje é o novo comandante das forças Armadas do Exército –afirmou.
Quem é o novo comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva
Aos 62 anos, Ribeiro Paiva nasceu na capital paulista e já foi chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas, durante seu período à frente do Exército. Foi de Villas Bôas o tuíte direcionado ao Supremo Tribunal Federal (STF) antes do julgamento de um habeas corpus de Lula, em 2018, quando o então comandante do Exército se manifestou contrário à concessão do benefício jurídico.
Ribeiro Paiva assumiu o comando do CMSE em abril de 2021, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A unidade abrange 59 organizações militares e tem um efetivo de mais de 17 mil militares. Antes, o general também comandou a 5.ª Divisão de Exército, em Curitiba.
No Exército desde 1975, Ribeiro Paiva foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP), tem cursos de Formação, de Aperfeiçoamento, de Comando e Estado-Maior, além de especialização em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas.
Durante sua trajetória na caserna, Ribeiro Paiva também comandou a Academia Militar das Agulhas Negras, a instituição de ensino superior responsável pela formação dos oficiais combatentes de carreira do Exército Brasileiro. Era ele o presidente da Aman quando, em 2014, Jair Bolsonaro se lançou como futuro candidato à Presidência, em vídeo que voltou a ser compartilhado pelo ex-presidente em 2020, depois de eleito.
Em 2012, ele comandou a Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
Sua chegada ao posto de general do Exército aconteceu em julho de 2019, quando passou a integrar o Alto Comando do Exército.