H? quem diga que um pouquinho de ci?me n?o faz mal a ningu?m. Alguns at? afirmam que ele apimenta um relacionamento. O problema ? quando o "pouquinho" perde a medida e vira uma rotina no namoro, casamento, fam?lia e at? mesmo nas amizades, fazendo com que as pessoas envolvidas sofram por causa disso.
Segundo Patr?cia Ruschel Daudt, psic?loga cl?nica e terapeuta familiar, at? certo ponto o ci?me ? encarado como o "zelo do amor". "De alguma forma, o ci?me reafirma o desejo e a admira??o pelo outro, mas quando ele acontece com muita freq??ncia e intensidade ? sinal de que as coisas n?o v?o bem com a pr?pria pessoa ciumenta", afirma Patr?cia.
"O ci?me deixa de ser aceit?vel e se torna patol?gico quando existe a id?ia de posse", explica a psic?loga. "Neste tipo de rela??o predomina a submiss?o e subjuga??o dos desejos do outro", acrescenta.
O escritor Ubiratan Rosa, autor do livro Mais Amor, Menos Ci?me, explica que o ci?me pode ser considerado um impulso ego?stico, muitas vezes baseado em ind?cios imagin?rios, podendo chegar a uma intensidade capaz de conduzir crimes passionais.
Para a psic?loga Kelen de Bernardi Pizol, ? poss?vel controlar o ci?me e s? senti-lo em situa?es contextualizadas. "A pessoa deve se p?r no lugar do outro e pensar em como se sentiria se fosse tratada com tanta desconfian?a, para decidir se vale a pena ou n?o demonstrar o ci?me", declara Kelen.
A estudante K?tia Yamamoto, 24 anos, conta que o amadurecimento a ajudou ter controle sobre seu ci?me. Segundo ela, em seu ?ltimo relacionamento que durou 4 anos, seu ex-namorado s? ficava bravo por causa do comportamento de obsess?o e controle constantes.
"Com o passar do tempo vi que estava come?ando a irrit?-lo e que se eu continuasse a me comportar daquela maneira iria acabar perdendo meu namorado", diz K?tia. "Coloquei na minha cabe?a que se ele estava comigo era porque me amava, e passei ent?o a n?o ter ci?mes t?o obsessivo", acrescenta.
A psic?loga Patr?cia Daudt concorda que para aprender a lidar com o ci?me a primeira atitude que uma pessoa deve tomar ? reconhecer que ele existe. "N?o basta achar que ? uma percep??o s? da outra pessoa envolvida. ? preciso que a pr?pria pessoa analise seu comportamento e se for o caso at? mesmo busque ajuda profissional", declara.
De acordo com a designer Gabriela Sim?es, 24 anos, muitas vezes a pessoa n?o tem do que ter ci?mes mas, procura tanto, que acaba encontrando uma raz?o. "Uma vez, de tanto fu?ar nas coisas do meu namorado, achei uma mensagem de uma menina para ele, que para mim, era um absurdo. Liguei para ele na mesma hora e brigamos muito. S? depois fui ver que a mensagem tinha sido antes da gente come?ar a namorar", conta.
Para Ubiratan Rosa, "vencer o ci?me", "curar o ci?me", s?o for?as de express?o. Segundo ele, o poss?vel ? a conviv?ncia inteligente com o ci?me e, para isso, a pessoa precisa ter boa vontade e criar estrat?gias para tentar aliviar os tormentos do zelo excessivo.
"? necess?rio um empenho cont?nuo no processo de autoconhecimento e transforma??o moral (do latim morale, ?timo mores, "h?bitos", "costumes"), empenho esse que n?o dispensa o concurso da psicologia, e, n?o raro, da religi?o", enfatiza Rosa.
"Caso o ci?me esteja fora de controle, prejudicando o relacionamento ou trazendo sofrimento e a pessoa tentou lidar com isso outras vezes, mas n?o obteve ?xito, a psicoterapia ? indicada e, no caso do ci?mes patol?gico, tamb?m medica??o", acrescenta a psic?loga Kelen de Bernardi Pizol.
Atitudes que podem ajudar no controle do ci?me:
- Admitir que n?o est? conseguindo ter controle sobre suas emo?es
- Buscar ajuda de uma opini?o imparcial no relacionamento, geralmente uma ajuda profissional
- Manter o di?logo sempre presente na rela??o
- Ter a capacidade de se colocar no lugar do outro
- Respeitar os sentimentos e as diferen?as do outro
- Ter auto-estima e n?o depender de uma outra pessoa para ter sua pr?pria felicidade
- Ter a confian?a como base de um r