A Polícia Civil, ao investigar o feminicídio contra Eliane Ferreira Siolim, de 34 anos, morta a tiros pelo marido durante um churrasco, soube que ela tem cerca de 60 mil seguidores em uma rede social e fazia sucesso com dublagens. Houve então, a hipótese inicial de que o fato dela ter muitos seguidores pudesse ter provocado ciúmes e motivado o crime, porém, este fato não foi confirmado por testemunhas.
"Nós ouvimos três familiares dela até o momento e eles disseram que a vítima já tinha esse perfil há muitos meses. O casal também estava junto há 12 anos. As testemunhas falaram que isso não procede, já que o ciúme do casal era mútuo e eles tinham uma relação um tanto quanto conturbada, então, não temos nada que ligue este fato diretamente ao crime", afirmou a delegada Marianne Souza, responsável pelas investigações.
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Ainda conforme a delegada, mais pessoas devem prestar depoimento nos próximos dias. Além de parentes, uma pessoa que trabalha no local onde ocorreu o crime também conversou com a polícia. Ele disse que o casal estava lá há cerca de uma semana e "passaria uma temporada", por um mês.
A delegada ainda informou que haviam controvérsias sobre a filha do casal, de 6 anos, ter presenciado ou não o crime. "Nós confirmamos e ela estava no local, mas, ainda é muito recente para verificarmos se ela presenciou ou não os fatos. A vítima ainda está retraída e será ouvida em depoimento especial. Ela está aos cuidados de familiares da mãe", explicou.
Sobre o perfil no TikTok, Eliane tinha pouco mais de 57 mil seguidores e o perfil já ganhou mais 3,7 mil nos últimos dias, totalizando 60,7 mil seguidores que acompanham os vídeos, alguns deles com alcance de mais de 100 mil pessoas assistindo as dublagens. No entanto, ainda conforme a investigação, o último vídeo já teria sido postado no dia 9 de janeiro deste ano.
Mortes ocorreram durante churrasco
A polícia recebeu laudo preliminar da perícia, nessa terça-feira (26), o qual aponta feminicídio no caso de Eliane, morta a tiros pelo marido durante um churrasco, há três dias, em Ponta Porã, região sul do estado. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) do município.
No último domingo (24), conforme a polícia, o suspeito, que é um empresário de 41 anos, teria atirado na esposa com um revólver calibre 9 milímetros, durante uma confraternização familiar, no distrito Nova Itamarati, em Ponta Porã. Em seguida, ele teria cometido suicídio.
Segundo informações do boletim de ocorrência, os corpos de Alejandro Antônio Aguilera e da esposa dele estavam na varanda dos fundos da casa do sítio onde acontecia a festa. No local, testemunhas falaram que presenciaram uma discussão e, em seguida, os tiros.
A arma de fogo de onde saíram os tiros que mataram o casal foi apreendida, assim como as munições deflagradas e um carregador sobressaliente municiado.