Entre os 20 alunos do curso noturno de alfabetização de jovens e adultos da Escola Municipal Moacyr Camargo Martins, em Londrina (PR), uma se destaca pela dedicação e perseverança. Aos 100 anos de idade, completados em 25 de maio, Isolina Mendes Campos decidiu aprender a ler e a escrever.
Mineira de Felicina, Isolina conta que começou a estudar em 1998, mas acabou abandonando o curso por problemas de saúde. Voltou agora para não ficar em casa à noite sem fazer nada. "Não gosto de ficar parada. Essa aposentadoria é muito cansativa", diz. "E quero dar o exemplo a quem quer voltar a estudar."
Isolina - que, quando moça, fazia rapadura com os irmãos enquanto o pai cortava cana - é, entre todos os alunos, a que mais exige atenção. "Ela quer saber a toda hora o que significa determinada letra", conta a diretora da escola, Regina Pierotti. Segundo ela, embora Isolina ainda não leia, já aprendeu a escrever seu nome completo. "Ela está sempre sorridente. Só falta às aulas quando está doente."
A aula é a última atividade diária de Isolina, que mora em três cômodos contíguos à casa do filho Raimundo e da nora Zoraide. Ela levanta às 7 horas e faz, diariamente, o serviço da casa. No tempo que resta, costura tapetes com retalhos que recolhe em costureiras.