Mesmo tendo perdido um filho no deslizamento de terra na rua São José, no bairro Fonseca, zona norte de Niterói, na última segunda-feira, o abraço de Jucinéia Andrade no amigo Olício Vasconcelos foi de alívio e de felicidade. "Eu achei que vocês estivessem mortos", dizia emocionada.
Ela foi, na tarde deste domingo, até o morro do Bumba para acompanhar o resgate das vítimas atingidas pelo deslizamento que mais pessoas matou no Estado do Rio de Janeiro e ficou surpresa ao encontrar Olício entre as pessoas que observavam o trabalho dos bombeiros. A casa do amigo resistiu por um triz. Está na beira do penhasco formado pela terra que cedeu, interditada.
"Tenho que voltar lá, meu cachorro ainda está lá", dizia ele. Jucinéia e Vanderson, o filho que sobreviveu, estão passando as noites no Colégio Paulo Freire, um dos abrigos disponibilizados pela prefeitura. O deslizamento na rua São José matou seis pessoas na primeira noite de chuva forte.
229 mortes
As chuvas registradas na semana passada mataram 229 pessoas no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com o balanço atualizado neste domingo pelo Corpo de Bombeiros. Niterói lidera a lista das cidades com maior número de vítimas fatais, com 146 mortes, seguida pelo Rio de Janeiro, com 63.