A dona de casa Ângela de Jesus, de 37 anos, que ficou cerca de 36 horas amarrada junto a um poço que fica instalado no Pedro Balzi, região do bairro Todos os Santos, na zona Sudeste de Teresina, em forma de protesto contra a falta de abastecimento de água no local, revelou que sofreu críticas dos próprios moradores.
"Esse negócio de ficar famosa às custas da tragédia alheia, eu não quero, não. Teve gente aqui do Pedro Balzi que disse que eu vim para 'boca' do poço para ganhar cesta básica [ela chora bastante emocionada]. E não precisa ninguém pedir, pois eu tenho boca. Eu não estou precisando de roupa, não estou precisando de alimentação. Eu preciso é de água para fazer comida para os meus filhos", relatou.
O protesto rendeu bons resultados. A Agespisa, empresa responsável pela distribuição de água no estado, levou uma equipe para solucionar o problema. "Eles vieram, cavaram e fizeram a encanação. Agora só falta a conclusão da bomba", disse a dona de casa.
As lágrimas agora dão lugar para sorrisos. "Hoje não, mas amanhã tem festa", contou.