Terminar uma faculdade nunca é a tarefa mais fácil do mundo, ainda mais para quem precisa conciliar trabalho e estudos. Mas essa moradora do Distrito Federal mostrou que a persistência é fundamental para vencer essa etapa da vida. E de persistência ela entende: aos 46 anos, Maria Odete Silva se formou em direito, custeando a faculdade com a venda de churros.
Mas a vida da bacharel passou por muitas dificuldades até a mais recente conquista. Ela perdeu a mãe ainda jovem e começou a trabalhar como empregada doméstica aos 12 anos. Depois disso, trabalhou na colheita de algodão e amendoim, e também ajudou na loja de calçados do irmão, até que uma colega sugeriu que ela aprendesse a fazer doces.
A ideia não poderia ser melhor. Com o tempo, Maria Odete montou seu próprio carrinho de churros, onde vende o doce por apenas R$ 1, na Rodoviária do Plano Piloto. Trabalhando 12 horas por dia ela conseguiu pagar a faculdade, bem como a escola particular dos dois filhos adolescentes.
Mesmo não tendo uma vida fácil, Maria Odete sempre acreditou no poder da educação. Foi assim que, aos 17 anos, obteve seu primeiro diploma, ao fazer o supletivo até a 8ª série. Muito tempo depois, já com filhos, ela começou a conciliar o trabalho no carrinho de churros com as aulas do Ensino para Jovens e Adultos. Só então é que entrou em uma faculdade particular de direito, onde estudava pela manhã e trabalhava no restante do dia.
Ela contou que quase largou o curso por conta de dificuldades financeiras, mas persistiu no sonho, mesmo tendo passado um semestre inteiro sem poder pagar a faculdade. Hoje, Maria Odete faz outros planos para o futuro: ela pretende conquistar a OAB e trabalhar na promotoria. E, assim como a conclusão da faculdade, ela sabe que pode demorar, mas vai chegar lá!