Com aproximadamente 200 pessoas, a segunda edição da "Marcha das Vadias" realizada na tarde deste sábado (1) dividiu opiniões no Centro de Manaus. A presença de participantes com seios à mostra e gritando frases como "O corpo é da mulher, ela dá para quem quiser" fez com que muitos pedestres reclamassem do protesto durante o trajeto que cruzou três avenidas da cidade.
Organizada pela acadêmica de Letras da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Raissa Floriano, de 19 anos, afirmou que a idéia surgiu com o apoio de mais três amigas, diante da realização da marcha em outras capitais que pede igualdade, segurança e respeito a mulher.
Segundo a estudante, os altos índices de violência contra a mulher e o machismo presente em campanhas publicitárias incentivou ainda mais a realização do evento. ?A marcha é para que as pessoas, principalmente os homens, entendam que só porque uma mulher usa uma roupa mais ousada ou mais curta, não dá o direito dele achar que pode falar ou pensar que ela está fazendo program. Ninguém tem o direito de pré-julgar ninguém por causa da roupa. Todas são mães de família e trabalhadoras. Merecem respeito!?.
Protesto divide opiniões
Observando a movimentação da marcha, a dona de casa Maria Cecília Oliveira, 36 anos, elogiou a ideia do grupo, porém, criticou a nudez das participantes. ?Eu sou uma mulher que me dou ao respeito, gosto da idéia e da luta, mas, dessa maneira, se expondo e gritando ?que a mulher dá pra quem quiser?, não concordo, pois acredito na feminilidade da mulher. Elas acabam sendo grosseiras e buscando a total falta de respeito do homem. Quem é que respeita mulher assim??, disse.
De acordo com o empresário, Luciano Almeida Silva, 40 anos, os palavrões utilizados pelas manifestantes faz com que elas não ganhem o respeito. ?A marcha aconteceu à luz do dia. Muitas crianças e idosos estão por aqui e as veem perderem o pudor em se despir, falando um bando de palavras de baixo calão. Que tipo de mulher busca igualdade e respeito desse jeito??, questionou o empresário.