Um total de 147 pessoas foram atendidas no último mutirão de busca da mancha suspeita, que aconteceu no último sábado (19) na Clínica Dermatológica do Hospital Getúlio Vargas (HGV). A ação foi organizada pela Coordenação de Hanseníase da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
O mutirão teve como objetivo identificar precocemente casos de hanseníase. Uma equipe formada com cinco médico e dois enfermeiros esteve atendendo no local, que contemplou tanto os casos encaminhados pelas equipes Estratégia Saúde da Família (ESF) de toda a cidade como aqueles de demanda espontânea (que se dirigem ao local sem encaminhamento formal).
“Dentre as 147 pessoas examinadas, diagnosticamos 12 casos novos”, conta o médico Kelsen Eulálio, coordenador de Hanseníase da FMS. “Destes, 10 são residentes em Teresina e 02 são do município de Timon. Quanto à idade, dois destes 12 casos foram detectados em menores de 15 anos de idade”, conta ele.
O evento foi dividido em duas etapas: na primeira, todos os pacientes tiveram suas consultas devidamente autorizadas, e na segunda houve uma distribuição de folders educativos e a avaliação dermatoneurológica de toda a demanda presente. Caso o resultado desse positivo, a primeira dose supervisionada era administrada no momento do diagnóstico, e os pacientes receberam a transferência para a Unidade Básica de Saúde mais próxima de seus domicílios para dar continuidade ao tratamento.
A hanseníase uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leaprae. O principal sintoma da doença é a presença de manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, com alteração de sensibilidade, nódulos (caroços doloridos), edema (inchaço) e/ou acometimento de nervos periféricos (espessamento e/ou dor).
A hanseníase tem cura. O tratamento dura de seis a 12 meses, é totalmente gratuito e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, além dos centros de referência que são o Centro Maria Imaculada e a Clínica de Dermatologia do HGV. “Quanto mais cedo diagnosticada e tratada, menores são as chances de sequelas como incapacidades e deformidades físicas, que geralmente são responsáveis pelo preconceito e discriminação”, diz Kelsen Eulálio. “Além disso, uma vez iniciado o tratamento, a pessoa para de transmitir a doença”, completa o médico.