O Brasil inteiro conheceu a história cruel do assassinato da piauiense Tauane Morais, de 23 anos, que foi morta a facadas pelo ex-namorado - que também é piauiense - no Distrito Federal após ele ser solto por decisão judicial.
O juiz responsável pela soltura do acusado, Aragonê Nunes Fernandes, afirmou que ‘não tem bola de cristal’ para prever que as ameaças do acusado iriam se tornar reais.
Vinícius Rodrigues de Sousa foi preso após agredir e tentar enforcar Tauane Morais, que amedrontada com a situação resolveu denunciá-lo. Mesmo com a prisão em flagrante durante a agressão, Vinícius foi liberado no dia seguinte – apenas com a restrição de não se aproximar da vítima. Apesar disso, nesta quarta (6), ele foi à casa da ex-namorada e a matou.
Nesta quinta, após a morte de Tauane, a decisão sobre o novo flagrante voltou à mesa do magistrado. "Por não termos 'bola de cristal', não temos como prever aqueles que realmente concretizarão as ameaças que fazem. Prender a todos, indistintamente, não parece ser o melhor caminho a seguir."
Como justificativa para conceder a liberdade provisória ao suspeito – o que culminou na morte de Tauane –, o magistrado afirmou que "infelizmente, todos os dias recebe um grande número de autuados envolvidos em crimes relacionados à Lei Maria da Penha".
Para Fernandes, "são comuns delitos de ameaça, de injúria e de lesões corporais".