Após participar neste sábado (18) de quatro reuniões com representantes de setores do funcionalismo federal, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que deverá concluir até o final da próxima semana as negociações sobre o reajuste salarial dos servidores públicos federais, parte dos quais em greve.
O prazo para o governo enviar ao Congresso a proposta de lei orçamentária para 2013, que contemplará o adicional destinado aos reajustes, se encerra no próximo dia 31.
"Estamos tentando terminar tudo na semana que vem para dar tempo de elaborar os instrumentos legais, os projetos de lei - ou um ou vários -, para que a gente possa encaminhar dentro do prazo, até 31 de agosto. Então, na prática, nossa intenção é ter um desfecho até o final da semana que vem", afirmou.
Na última quinta (16), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que o governo poderá destinar R$ 14 bilhões para conceder reajuste aos servidores federais, parte dos quais em greve. O valor corresponde a 7,3% da atual folha de pagamento do funcionalismo federal - de R$ 190 bilhões, segundo informação do Ministério do Planejamento.
Neste sábado, Sérgio Mendonça se reuniu com integrantes das carreiras do chamado "ciclo de gestão" e do núcleo financeiro do governo, com advogados públicos federais, representantes dos funcionários das agências de regulação e da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que reúne 120 mil servidores de nível médio de vários ministérios.
Para 18 setores do funcionalismo, entre os quais os que participaram das reuniões deste sábado, a oferta do governo é de um reajuste de 15,8%, a ser pago em três anos (2013, 2014 e 2015).
Representantes dos servidores consideram a proposta insatisfatória porque, segundo eles, não compensa sequer as perdas inflacionárias das categorias.
?A proposta é muito ruim e ainda demonstra a posição do governo de congelar as negociações até 2016. Há uma clara intenção de apenas interromper as mobilizações dos servidores, que estavam se intensificando nos últimos meses?, afirmou Eduardo Rodrigues, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor).
O coordenador-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, afirmou que os servidores admitem flexibilizar a reivindicação salarial, mas o secretário do ministério se manteve irredutível na oferta de 15,8% de reajuste.
Segundo Ronaldo, em uma nova reunião na próxima segunda, os representantes da categoria deverão levar uma contraproposta para discutir com o governo. "Temos todo o interesse em superar esse conflito o mais rapidamente possível", declarou.
De acordo com o Condsef, de 637 mil servidores ativos do Poder Executivo em todo o país, cerca de 350 mil estão em greve. Para o governo, são 75 mil.