Atualizada às 14h43
No segundo dia de greve, após a realização da primeira rodada de negociações entre representantes da classe de motoristas e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (SETUT), ficou proposto reduzir o pedido de reajuste salarial de 8,5%, para 5%. Os motoristas continuam reivindicando o aumento da frota que atende Teresina e melhores condições de trabalho. O presidente do Sindicato, Fernando Feijão, informou que a reunião com o presidente do SETUT abriu um canal de diálogo que estava fechado até o momento. A resposta para as reivindicações devem sair na tarde desta terça-feira (05).
"Nós reduzimos a demanda do reajuste pra 5% e mantivemos as demais demandas. A abertura das negociações é algo positivo e que pode beneficiar a todos os envolvidos. O presidente do SETUT levou nossa proposta para os demais membros do conselho e informou que até esta tarde deve haver uma resposta", informou Fernando Feijão.
O SETUT e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (SINTETRO) iniciaram a primeira rodada de negociações após uma semana sem estabelecerem um diálogo sobre as demandas. Segundo o SINTETRO, neste segundo dia de paralisação 141 ônibus circulam normalmente atendendo a população e respeitando os 30% que devem continuar atuando durante greves. A quantidade equivale a 34% da frota total da capital
SETUT move ação cautelar no TRT contra grevistas:
Uma ação cautelar foi movida no Tribunal Regional do Trabalho contra os grevistas do SINTETRO. O motivo, segundo o SETUT, seria o fato de que alguns membros do movimento estariam impedindo a circulação dos 30% dos veículos da frota que devem funcionar durante o momento de paralisação. O SINTETRO negou qualquer descumprimento.
Segundo nota enviada pela assessoria do SETUT, os membros do SINTETRO estariam fazendo Piquetes em frente as garagens das empresas, impedindo a saída dos veículos. O pedido já está com o desembargador e o SETUT espera decisão.
Sobre a denúncia do SETUT o diretor da SINTETRO, Ajuri Dias, informou que não tem conhecimento de quaisquer situações irregulares no movimento. "Ontem tivemos 142 veículos circulando pela cidade, o que representa 34% da frota atual da cidade. Hoje a previsão é de que a quantidade se mantenha. Nós não estamos impedindo nada, pelo contrário, nosso membros foram até as garagens para assegurar a saída dos veículos, permitindo até mais do que é previsto em lei", fala Ajuri Dias.
Foto: Raíssa Morais
Teresinenses esperam ônibus no segundo dia da greve - Foto: Raíssa Morais
STRANS Já cadastrou 110 veículos para atender a população durante a greve:
O número de transportes cadastrados pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Teresina aumentou nesta Terça-feira (05) para 110 veículos. Segundo a superintendência, a quantidade deve aumentar ainda mais até o final do movimento grevista.
Outro pronto destacado pela superintendência é que já houve denúncias sobre veículos que não respeitaram alguns direitos dos usuários, como a meia passagem para estudantes, e que já foram encaminhadas para as equipes de fiscalização para checarem. Caso a irregularidade seja detectada, o veículo perderá a autorização para atender a população. Ainda não existem veículos que perderam a autorização para circular.
Apesar dos 34% dos veículos que continuam circulando e dos transportes cadastrados pela STRANS, que hoje chegam a 110 veículos, ainda existem populares que estão sendo bastante prejudicados pela paralisação.
Edileuza Sales é moradora do bairro Todos os Santos e fala que desde o início do movimento grevista que a população do seu bairro está sem o direito a transporte público. "Nós só estamos tendo um veículo que vai para o São Cristóvão, não é nem de longe o suficiente. Eu, por exemplo, pego carona até a rodoviária para ver se consigo um ônibus que me leve até a Miguel Rosa, e nesses dois dias tive que pegar um motorista de aplicativo para poder chegar ao meu destino", declara.
Ela acrescenta ainda que outros bairros como Novo Milênio e São Paulo também enfrentam uma situação semelhante.
"Os veículos cadastrados, quando circulam, não fazem a mesma rota do coletivo e isso prejudica a população. Existe sim aquela parcela que está sendo atendida por essa medida, mas também existem usuários que estão sendo deixados de lado, e isso é uma realidade sempre que ocorre uma greve. Sabemos que é direito da classe reivindicar melhorias para seu trabalho mas é ruim quando a população sofre tantos impactos negativos", fala a usuária.
A assessoria da STRANS informou que caso os veículos não respeitem a rota, os usuários também podem denunciar para a superintendência e caso seja detectada a irregularidade, a autorização também será suspensa.