No período do ano em que cresce o consumo de peixes em geral, em função da Semana Santa, o bacalhau, sempre presente à mesa do brasileiro, continua sendo alvo de fraudes na rotulagem do produto e de outras falsificações que induzem o consumidor a comprar peixe comum salgado como se fosse bacalhau.
Nem sempre o consumidor está atento à origem e à qualidade do bacalhau, o que facilita as fraudes mais comuns, relativas à alteração do rótulo, fundamental para atestar a legitimidade do peixe. Se o rótulo estiver adulterado, o consumidor provavelmente levará para casa outras espécies de peixes salgados, comercializadas como se fossem o bacalhau puro.
Mesmo antes de chegar ao comércio e à mesa do brasileiro, todos os tipos de pescados, incluindo o bacalhau, são criteriosamente fiscalizados nos portos, aeroportos e em pontos de fronteiras, por onde chegam as cargas.
No caso do bacalhau, a maior parte das cargas vêm, principalmente, da Noruega e de Portugal, maiores exportadores de bacalhau para o Brasil. "Na inspeção são avaliados todos os aspectos sanitários na importação do produto e os problemas mais comuns são a presença de parasitas, a falsificação de espécies e a rotulagem adulterada", explica Rodrigo Mabilia, auditor fiscal federal agropecuário (affa), que atua na área de inspeção de pescados, da Divisão de Importação de Produtos (Dimp), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O auditor também alerta que peixes como abrótea e pirarucu costumam ser erroneamente rotulados como bacalhau.