O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (14), durante reunião de cúpula de líderes do Brics, em Brasília, que a política externa de seu governo “tem os olhos postos no mundo”, mas coloca o Brasil “em primeiro lugar”.
Bolsonaro deu a declaração ao discursar na sessão plenária do encontro de cúpula do bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A reunião neste ano é realizada em Brasília, já que o Brasil exerce a presidência rotativa do bloco.
Ao se dirigir aos demais líderes do Brics, Bolsonaro afirmou que prioriza o Brasil na política externa de seu governo a fim de ficar em "sintonia" com a sociedade, na tentativa de melhorar as condições de vida dos cidadãos brasileiros.
“Senhores chefes de estado e de governo, a política externa do meu governo tem os olhos postos no mundo, mas em primeiro lugar no Brasil, para estar em sintonia com as necessidades da nossa sociedade”, disse Bolsonaro, que acrescentou:
“Reconhece como parte de suas obrigações ajudar a ampliar o bem-estar de nossos cidadãos, sob forma de avanços em ciência, tecnologia e inovação, de mais e melhores empregos, de mais renda, de melhor sistema de saúde pública, tudo mais que faça diferença para o melhor cotidiano de todos.”
Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro declara que deseja fazer comércio com todos os países do mundo, sem o que chama de "viés ideológico".
No discurso, Bolsonaro também destacou que a relevância econômica do Brics é "inquestionável" e tende a crescer nas próximas décadas.
“Hoje, a relevância econômica do Brics é ainda mais inquestionável e seguirá crescendo nas próximas décadas. A sua pujança no plano econômico, junto à diversidade e à criatividade e o vigor das nossas sociedades e de nossos povos", disse.
O presidente brasileiro pregou a necessidade de ampliar a cooperação entre os cinco países do grupo e lembrou que o mundo percebeu a relevância de economias emergentes durante a crise financeira global da década passada.
“Há dez anos, em meio a uma das mais graves crises financeiras da história, tornou-se evidente a importância das economias emergentes para a estabilidade e vitalidade da economia mundial", disse o presidente.
Pouco antes do encerramento da cúpula, Bolsonaro submeteu a aprovação a declaração conjunta das delegações que integram o Brics.
Segundo Bolsonaro, no documento "está refletida a visão do Brics em relação à necessidade de reformar o sistema multilateral, à importância de fortalecer a arquitetura econômica financeira internacional, ao imperativo de resolver situações situações e crises regionais por meio do diálogo e da diplomacia e ao futuro da cooperação intra-Brics”
“O Brics sai fortalecido por essas manifestações claras de convergência, de proposito e interesse comum em levar adiante nossa cooperação”, afirmou.