Violência: No Piauí, assassinatos chegaram a 36 no mês de novembro

Os dados alarmantes foram revelados por uma pesquisa.

DOR | Família chora desesperada morte de parente alvejado com arma de fogo: índices são alarmantes | Reprodução Jornal MN
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No mês de novembro os assassinatos tiveram um aumento na taxa de variação percentual de 36% com relação ao mês de outubro do corrente ano. Os crimes contra a pessoa voltaram a crescer em todo o Estado, no total de trinta e seis mortes, sendo 21(58%) na capital e o restante de 15(42%), no interior.

Os dados alarmantes foram revelados pela pesquisa mensal sobre o Índice de Criminalidade no Piauí realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Carreira (Sinpolpi), com base nas informações divulgadas pelos meios de comunicações localizados no Piauí, principalmente os jornais impressos, portais e sites da internet.

Desses crimes, a pesquisa revelou que 67% foram praticados com a utilização de arma de fogo e, em Teresina, esse número sobe assustadoramente para 90%. A pesquisa constata ainda que a maioria desses crimes é praticada com instrumentos semiautomáticos de uso restritivo das forças de segurança.

O fato é que a cada ano cresce em todo o país o número de pessoas que morreram vítimas das armas de fogo. Só em 2010 foram ao todo, segundo estatísticas, 35.233 brasileiros que morreram por conta de disparo efetuado por algum tipo de arma de fogo.

O número corresponde a 70,5% dos 49.932 assassinatos cometidos no país. Os dados do Ministério da Saúde ainda são preliminares, mas se forem considerados suicídios, acidentes e mortes de causa indeterminada, as armas de fogo foram os instrumentos responsáveis pela morte de mais de 38 mil pessoas em todo o Brasil.

Apesar de esse número ser menor que o registrado em 2009, quando as mortes violentas chegaram a 39,6 mil - sendo 36,6 mil homicídios provocados por armas de fogo - as taxas de 2010 ainda são consideradas ?altas?, segundo o secretário- executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, mesmo se levando em conta que as comparações devem ser feitas com cuidado pelo fato dos dados serem preliminares.

Pesquisa mostra dados alarmantes da violência

No último trimestre de 2011, ainda de acordo com a pesquisa Índice de Criminalidade no Piauí, esses números são crescentes, pois nos meses de setembro a novembro houve um aumento de 41% dos crimes praticados por esses instrumentos pérfuro-contundentes, que nada mais são dos que os conhecidos projéteis de arma de fogo.

Na capital a zona mais violenta em novembro foi a zona Sul com 38% das ocorrências, seguida da zona norte com 29%, zona sudeste com 24% e zona Leste com 9%. Nas demais cidades o maior índice ficou com Marcolândia e Castelo do Piauí.

De acordo com o diretor jurídico do Sinpolpi, Constantino de Sousa Barros Júnior, que é policial civil no Piauí há 24 anos, os índices de violência na capital são amplamente divulgados porque tem a imensa cobertura dos meios de comunicação, mas ele faz um alerta para a situação no interior do Estado que não é menos preocupante.

?A Polícia Civil sofre com várias deficiências e em muitos casos os bandidos têm mais aparelhamento do que o próprio policial. É preciso buscar a interiorização da polícia não só com mais efetivo como também com a polícia técnico-científica. Para você ter uma ideia, a única cidade além de Teresina que possuirá um Instituto de Medicina Legal é Parnaíba?, revela.

Os índices atuais de violência em Teresina, de acordo com os especialistas, só devem diminuir com verdadeiras políticas públicas que atuem estruturando a polícia através da realização de concursos públicos para a oxigenação do efetivo policial, com uma maior atenção na formação dos policiais na academia.

Além disso, é preciso que se invista também medidas sócio educativas que combatam o avanço da criminalidade nos bolsões de pobreza e a comercialização de drogas.


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