Quem entra na fila à espera de um transplante de órgão já pensa no tempo que levará para encontrar um doador. Além da grande quantidade de pessoas que precisam de um órgão e do reduzido número de doadores, é preciso contar com as prioridades e contratempos relacionados à compatibilidade entre doador e receptor.
No Piauí, hoje, esta fila conta com 496 pessoas inscritas. Um total de 373 pessoas aguardam por um transplante de córnea e outras 123 esperam para ser transplantadas de rim.
Para entrar na fila de espera por uma doação, o paciente é inscrito pela clínica ou hospital onde é diagnosticado, com a necessidade de realização do transplante.
Essa fila é única e organizada nacionalmente pelo Sistema Nacional de Transplantes, porém, obedece critérios regionais. “O andamento da fila não segue um tempo cronológico de inscrição. Ela leva em conta a gravidade do paciente, a compatibilidade do órgão disponibilizado, além do quadro de saúde dos receptores. Mas elas priorizam os pacientes de todo o estado, onde ocorre a doação”, explica a assistente social da Central Estadual de Transplantes do Piauí, Cassandra Franco.
Além de estarem inscritos, as inscrições têm que estarem ativas, e isso só é possível com a atualização constante dos exames médicos. “É de grande relevância que os pacientes fiquem em dia com os seus exames, pois não há um dia exato para acontecer uma doação e consequentemente o transplante”, lembra a enfermeira Ayla Calixto.
A Central Estadual de Transplantes do Piauí acompanha diretamente esses pacientes inscritos na fila de espera, auxiliando nas marcações de consultas e exames. “Nós fazemos um acompanhamento constante desses pacientes, auxiliando nas consultas médicas, e realização dos exames, além de todo o amparo de informação para quem está passando por essa angustia de esperar por uma doação”, reforça Cassandra Franco.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Piauí, Lourdes Veras, lembra que sem a conscientização da população, sobre a importância da doação de órgão, fica muito complicado esta fila diminuir. “Sem o sim das famílias para a doação, mesmo em um momento de dor, muita gente ainda vai ficar à espera de um órgão. Por isso devemos sempre conscientizar nossa população sobre a doação de órgãos”, completa Veras.