De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a frequência à escola de pessoas de 6 a 14 anos de idade é quase universal no Piauí. O dado faz parte do módulo de Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019, que também apontou redução no índice de analfabetismo no Estado.
No Piauí, é praticamente universal a presença das crianças e jovens de 6 a 14 anos de idade na escola. A taxa de escolarização nessa faixa etária chega a 99,9% no Estado, independentemente da etapa escolar cursada por essas pessoas. Entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa de escolaridade é de 90,5%. Aqueles com idade entre 18 e 24 anos, o percentual é de 38%.
Segundo o estudo divulgado esta semana pelo IBGE, os índices de escolaridade do Piauí são superiores aos do Brasil em todas as faixas etárias. Das pessoas entre 6 e 14 anos no país, cerca de 99,7% frequentam a escola. A taxa de escolaridade entre os jovens brasileiros de 15 a 17 anos chega a 89,2% e, entre aqueles de 18 a 24 anos, é de 32,4%.
O Piauí também reduziu em cerca de 14% o índice de analfabetismo entre os idosos com 60 anos ou mais de idade. Nos últimos 10 anos, o percentual caiu de 55% no ano de 2010 para 41,3%, registrado na PNAD Contínua 2019.
A pesquisa também mostra que a proporção de pessoas analfabetas no Piauí diminui quanto mais jovem o grupo populacional, bem como a quantidade de anos de estudo cresce de maneira inversamente proporcional à idade: quanto mais jovens, mais anos de estudo.
Quando consideradas as pessoas a partir dos 15 anos de idade, a taxa de analfabetismo caiu para 16% no Piauí, o que indica que os mais jovens estão tendo mais acesso à educação. Na comparação com 2016, tanto o estado quanto o país tiveram queda nos indicadores de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais de idade. O Brasil tinha taxa de 7,2% em 2016 e caiu para 6,6% em 2019 e o Piauí de 17,2% baixou para 16%, uma redução maior que a média nacional.
De acordo com Conceição Andrade, diretora da Unidade de Ensino de Jovens e Adultos (UEJA), até o ano de 2015, mais de um milhão de jovens e adultos estavam fora do sistema educacional, realidade que vem mudando ao longo dos anos e que vai ganhar mais investimentos.
“O combate ao analfabetismo sempre foi um desafio encarado de frente pelo Governo. Aqui no estado sempre existiu um esforço muito grande para que a gente avance nessa área. Em 2019 tínhamos mais de 84 mil estudantes de Educação de Jovens e Adultos, esse número só não é maior porque existe, no caso do Fundeb, uma trava para que o Estado possa avançar além desses 80 mil. Então, o desafio é conseguir, a partir do programa Educar Piauí, ampliar a oferta de alfabetização para 200 mil pessoas, e o mais importante, tornar a EJA mais efetiva, ou seja, reduzir evasão dos programas de Educação de Jovens e Adultos, utilizando estratégias de incentivos para os estudantes e, ao mesmo tempo, também criando de alguma forma um vínculo dele com a profissionalização”, explica a diretora.
Para reduzir o índice de analfabetismo no Estado, não basta ensinar o jovem e adulto a ler, é preciso incentivar a alfabetização na idade certa, segundo o secretário de estado da Educação, Ellen Gera. “Um jovem com 15 anos já teria que ter concluído o Ensino Fundamental. Se nessa idade ele ainda não foi alfabetizado, é preciso que a gente tenha sim uma estratégia para trazê-lo de volta à sala de aula e para que ele permaneça na escola. E é preciso também que ele não deixe de estudar para trabalhar, o que ocorre muito. Por outro lado, é preciso que o Estado apoie as redes municipais, responsáveis pela alfabetização, para que as crianças aprendam a ler e a escrever na idade certa", justifica.
Segundo o secretário, o Governo do Estado deve lançar no segundo semestre um programa de alfabetização na idade certa em regime de colaboração com os municípios. O programa faz parte de uma das estratégias do Educar Piauí para reduzir os índices de analfabetismo. “A ideia é construir uma política pública de regime de colaboração entre Estado e Municípios para, de maneira unificada, trabalhar a alfabetização de crianças até o terceiro ano do Ensino Fundamental. Vamos trabalhar com o apoio da Associação Bem Comum, da Fundação Lemann e do Instituto Natura, que tem um histórico de sucesso em outros estados como Ceará e Pernambuco e que estão servindo de modelo para o Piauí”, detalha Ellen Gera.
O secretário Ellen Gera revela, ainda, que o Educar Piauí prevê investimentos em eixos voltados para qualificação profissional, tecnologia e infraestrutura da rede estadual. “O nosso objetivo é elevar o grau de proficiência dos alunos da rede pública em todos os níveis de Ensino, corrigir o fluxo educacional e garantir a educação na idade certa, assim reduziremos os índices de distorção idade-série, de evasão escolar e abandono. Iremos investir na educação profissional e na infraestrutura das escolas. Como diz o governador Wellington Dias, teremos um Piauí antes e depois do Educar Piauí, essa é a nossa meta”, finalizou o secretário.