Boas novas para pacientes acometidos por um dos tipos de cânceres mais comuns no Brasil: o de próstata. É que comprova o estudo sobre a ação de um novo medicamento para esse tipo de tumor em estágio avançado. Os resultados comprovaram uma melhora na qualidade de vida dos pacientes, diminuindo as dores, e fazendo-os viverem mais.
A novidade foi apresentada recentemente, segundo comenta o urologista Giuliano Aita, em um congresso da Sociedade Europeia de Oncologia, em Estocolmo (Suécia). Segundo Aita, foram revelados os resultados de estudos da fase 3 do medicamento, a última etapa necessária antes de uma nova droga ser aprovada.
O remédio Alpharadin foi testado em 922 pacientes com metástase óssea. Como explica o médico Giuliano Aita, quase metade dos pacientes com câncer de próstata também apresenta esse tipo de complicação. São pelo menos 40% com metástase, sendo que em 90% dos casos esse tumor se espalha justamente para os ossos. ?É algo bem incapacitante para os pacientes, pois a metástase óssea pode causar muitas dores, além de deixar a pessoa com bastante dificuldade de realizar algumas tarefas do cotidiano?, comenta Giuliano Aita.
Como em qualquer tipo de tumor, o diagnóstico precoce ainda é a melhor saída. Como assevera o urologista piauiense, ainda há preconceito por parte de alguns homens com relação aos exames, principalmente o toque retal. ?A conscientização vêm aumentando, mas ainda existe sim receio de muitos homens com relação a consultas e exames relacionados a isso. Mas isso tem de acabar, pois com um diagnóstico tardio fica bem mais complicado promover um tratamento eficaz?, alerta Giuliano.
O medicamento foi testado em 20 países, incluindo o Brasil. Seis centros médicos do país, entre eles o Hospital das Clínicas da USP e o Hospital do Câncer de Barretos, estavam envolvidos na pesquisa.
Os pacientes foram divididos em dois grupos: um deles tomava o remédio e o outro recebia placebo, sem que ninguém soubesse quem recebia o tratamento ativo.
Aqueles que tomaram o Alpharadin tiveram taxas de mortalidade 30% menores e uma sobrevida média de 14 meses, em comparação com 11 meses do outro grupo. Como os resultados preliminares foram bons, o estudo foi interrompido para que os pacientes do grupo-placebo recebessem a droga.
O remédio é um radiofármaco formado por partículas radioativas que têm afinidade pelas células ósseas -da mesma forma que o iodo radioativo tem preferência pela tireoide, por exemplo.
Os efeitos colaterais mais comuns, segundo o estudo, foram diarreia e náusea. A Bayer HealthCare Pharmaceuticals, que produz a droga, prevê seu lançamento no Brasil em 2013.