O Senado decidiu neste sábado (2) anular a votação para presidente da Casa e realizar nova votação após 82 cédulas terem sido colocadas na urna. O número total de senadores é 81. A decisão foi tomada pelo grupo de senadores escrutinadores, escolhidos pelos líderes partidários para acompanhar a votação.
O presidente da sessão, senador José Maranhão (MDB-PB), falou em “equívoco”. Sérgio Petecão (PSD-AC) e Esperidião Amin (PP-SC) disseram que houve “fraude”. “Não sei se foi a Mesa. Pelo princípio da boa-fé, eu estou querendo acreditar que não foi erro da Mesa, que foi um erro informal. Mas, com certeza, o senador ali estava querendo fraudar. É lamentável. E os dois votos eram para a mesma pessoa. É lamentável”, disse Simone Tebet.
Maranhão rasgou as duas cédulas e foi criticado por colegas. O impasse sobre a contagem de votos gerou tumulto no plenário.
Depois disso, as demais cédulas foram trituradas em uma máquina. Coube a Acir Gurgacz (PDT-RO), senador preso que tem autorização para trabalhar no Congresso durante o dia, colocar os votos na máquina.
Nove senadores se apresentaram como candidatos à Presidência da Casa, porém três retiraram as candidaturas – Alvaro Dias (Pode-PR), Major Olímpio (PSL-SP) e Simone Tebet (MDB-MS), que concorria como candidata avulsa. Restaram na disputa seis parlamentares:
- Fernando Collor (Pros-AL)
- Reguffe (sem partido-DF)
- Angelo Coronel (PSD-BA)
- Davi Alcolumbre (DEM-AP)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
Após discursos de todos os candidatos, os senadores votaram em cédulas, envelopadas e depositadas em uma urna. Parte dos senadores anunciou o voto no microfone ou mostrou a cédula para as câmeras.
No momento de iniciar a apuração, foram encontradas 80 cédulas com votos dentro de um envelope e outras duas cédulas com voto sem envelope. Na soma das cédulas, seriam 82 votos, um a mais do que os 81 senadores que integram e Casa.
Antes de se iniciar o processo de votação, nove candidatos discursaram no plenário. Nessa etapa, três senadores – Alvaro Dias (Pode-PR), Major Olímpio (PSL-SP) e Simone Tebet (MDB-MS), que havia se lançado de forma avulsa – renunciaram às candidaturas e manifestaram apoio a Davi Alcolumbre.
O Senado tenta desde a tarde de sexta-feira (1º) escolher os integrantes da Mesa Diretora. A discussão sobre votação aberta ou fechada gerou bate-boca entre senadores. Na sexta, o plenário decidiu, por 50 votos a dois, que a escolha seria em voto aberto. Vinte e oito senadores não votaram. À noite, devido ao impasse, a sessão foi suspensa para ser retomada na manhã deste sábado.
Durante a madrugada, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou eleição por voto secreto depois de receber uma ação impetrada pelos partidos MDB e Solidariedade.