Nova medicação para artrite reumatoide grave

Ainda não há cura para Artrite Reumatoide (“AR”), mas é possível chegar a um estado em que os sintomas estejam mais controlados e possam deixar de impactar a rotina dos pacientes

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Ainda não há cura para Artrite Reumatoide (“AR”), mas é possível chegar a um estado em que os sintomas estejam mais controlados e possam deixar de impactar a rotina dos pacientes – o que pode variar de paciente para paciente. Os cientistas têm identificado diferentes processos de inflamação que podem não ser os mesmos para todos os pacientes de AR. Portanto, é necessário atuar em diferentes processos para poder proporcionar soluções para todos.

Uma das metas principais do tratamento de pacientes de AR é alcançar a remissão clínica. Remissão clínica é definida pela falta ou ocorrência mínima de sinais e sintomas da doença e da inflamação, incluindo dor e inchaço nas juntas e rigidez matinal. A remissão sustentada (que se mantém) é associada a melhores resultados na função física, na percepção do próprio paciente e na sobrevida. Taxas mais baixas da atividade da doença significam maior produtividade no trabalho e maior qualidade de vida relacionada à saúde.

O membro titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dr. Max Victor Carioca, destacou que os trabalhos têm tido foco nos protocolos de diagnóstico e tratamento da artrite reumatoide para uso no Brasil. Ele apresentou simpósio “Atingir a Remissão em Artrite Reumatoide: Eleve suas expectativas”, onde enfatizou que a doença causa um impacto tanto individual quanto social, por ser uma doença incapacitante.

“Existe uma discussão forte sobre as abordagens do paciente, porque não é só o tratamento. A doença tem um impacto importante porque ela chega a acometer até 1% da população em geral, sobretudo, mulheres em torno dos 40 anos, mas pode aparecer em qualquer época da vida, desde um senhor de 70 anos até uma criança de 5 anos, que é chamada de artrite reumatoide juvenil”, afirmou.

O médico frisou ainda que sob a perspectiva de fármaco-economia, uma economia maior pode ser observada nos pacientes que alcançam a remissão sustentada da doença. O relatório Corrona, o maior estudo em vida real de AR, incluiu uma análise de mais de 4.500 pacientes de AR.

A remissão foi associada a taxas significativamente mais baixas de hospitalizações, idas aos serviços de emergência, mortalidade e de custos médicos, períodos curtos de remissão e de baixa atividade da doença. Os pacientes em remissão tiveram os custos médicos anuais mais baixos, enquanto pacientes com alta atividade da doença apresentaram custos mais altos.

Upadacitinibe

A FDA aprovou upadacitinibe (em agosto de 2019), um novo tratamento oral para tratamento, com base num dos maiores programas de estudos clínicos de Fase 3 em AR, com aproximadamente 4.400 pacientes avaliados em cinco estudos. (No Brasil, a AbbVie aguarda avaliação da ANVISA).

Upadacitinibe é um agente oral desenvolvido para proporcionar um benefício no organismo em doenças imunomediadas, como a AR, desempenhando um papel fundamental no organismo, em transmitir mensagens de fora para dentro da célula. No sistema imunológico, estas mensagens são fundamentais para combater infecção, mas um mau funcionamento pode também desempenhar um papel na geração de uma doença autoimune.

“Pacientes tratados com upadacitinibe alcançaram remissão clínica, estado caracterizado por quase ausência de atividade e sintomas da doença”, pontuou.

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