Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Piauí (SINTETRO), estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (24), com empresas associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SETUT), para discutir propostas para pôr um fim na greve dos ônibus em Teresina. As novas alternativas para o encerramento da paralisação não avançaram e o movimento continuará na capital.
Em entrevista ao Meionorte.com, Ajuri Dias, presidente SINTETRO, explicou que as propostas apresentadas na reunião não contemplam a categoria, que inclusive nem as levarão para uma nova assembleia amanhã. “A gente saiu agora da reunião e as propostas que foram colocadas a gente resolveu não acatar. A gente entende que a categoria não vai aceitar. Não vamos colocar em assembleia amanhã pois a gente entende que a proposta não contempla a categoria. Eles não querem que a gente colocasse em público, por ser individual em cada empresa. Eles ficaram de enviar uma outra alternativa”, explicou.
Na reunião, que durou mais de três horas, estiveram presentes empresas de transporte público associadas ao SETUT que segundo Ajuri Dias, querem continuar nas negociações para haver um entendimento. “A gente mesmo analisou e viu que não iria para frente, iria ser só mais um desgaste. Eles ficaram de melhorar as propostas e vamos voltar a se reunir novamente. As propostas foram abaixo das que já foram rejeitadas pela categoria. A greve continua normalmente”, adiantou.
Anteriormente, o Sintetro havia anunciado à reportagem a possiblidade do fim da greve com uma possível assinatura da convenção coletiva 2021 por parte dos empresários, que prevê alguns direitos dos trabalhadores, como auxílio alimentação e plano de saúde. Para a categoria, sem a convenção vigente, os trabalhadores perderam direitos adquiridos e estão lutando para mantê-los.
Dissídio coletivo?
De acordo com o procurador-chefe substituto do Ministério Público do Trabalho no Piauí, Edno Moura, o procurador regional João Batista Machado Júnior propôs o dissídio coletivo de greve, que é instaurado quando não foi possível acordo na negociação direta entre trabalhadores e empregados.
“O MPT está preocupado com o caos no sistema de transporte coletivo da capital porque repercute negativamente na classe trabalhadora. Sabemos que não se trata de uma simples relação entre empregador e empregado, mas que envolve também a população usuária do sistema. O MPT está se esforçando para encontrar uma solução que amenize momentaneamente os problemas do sistema”, destaca. O movimento já dura 17 dias e seguirá por tempo indeterminado.