A construção do novo aeroporto de Teresina ou reforma do antigo está na pauta de discussões das autoridades da capital há algum tempo. Ainda não há um consenso sobre o que resolveria a contento os problemas da capital.
Enquanto isso, a cidade e a população sofrem com as consequências dessa deficiência. Segundo dados do presidente do Sistema Fecomércio no Piauí (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí), Valdeci Cavalcante, o Estado perde hoje cerca cinco mil turistas por mês, o que corresponde aproximadamente R$ 10 milhões mensalmente.
?Teresina tem um potencial muito grande para o turismo de negócios e de eventos. E se levarmos em conta que receberíamos uma média de cinco mil turistas por mês e cada um deixaria pelo menos R$ 2 mil no Estado, a perda chega a R$ 10 milhões mensais.
Mas tudo isso só será possível quando tivermos um aeroporto grande e capaz de receber com conforto essas pessoas?, explica Valdeci. Ele acrescenta ainda que, além disso, o turismo de negócios e eventos aquecido na capital seria capaz de gerar cerca de três mil empregos diretos e o dobro de indiretos.
Para ele, não é necessária a construção de um novo aeroporto. A saída mais sensata para o problema seria a expansão do antigo, pois a construção de um novo demoraria muito tempo e a cidade não pode esperar.
Compartilha de opinião contrária o secretário municipal de Planejamento, Washington Bonfim. Ele afirmou que a Prefeitura Municipal de Teresina não irá desapropriar nenhum imóvel para a expansão do aeroporto, mas admitiu que uma nova reforma é necessária para que o local supra as necessidades dos teresinenses e visitantes. Além disso, ele disse ainda que a PMT espera uma resposta da Secretaria de Aviação Civil sobre a construção do novo aeroporto na capital.
Para isso, cinco locais já foram apresentados pelo Governo do Estado, para que seja feito o estudo do posicionamento de pista e só então se tome uma decisão sobre qual a melhor área da cidade para abrigar o novo aeroporto.
?Não é só escolher o local e começar as obras, precisa que uma série de pré-requisitos sejam respeitados e nós estamos esperando um posicionamento da Secretaria de Aviação Civil?, afirmou.
Verticalização de Teresina está sofrendo prejuízo
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Teresina (Sinduscon Teresina), André Baia, afirmou que um dos problemas que o atual aeroporto da capital traz à cidade é o fato de ele impedir o crescimento vertical da cidade, nas regiões Norte e Leste. A curto prazo, para ele, a saída seria fazer um plano específico para definir as rotas de voo e a longo prazo a construção do novo aeroporto.
?Os prejuízos são inúmeros. Além da verticalização da cidade que não está acontecendo naquela região, tem o fato de um aeroporto pequeno como aquele não oferecer conforto aos seus usuários. A médio prazo nós precisamos de uma reforma maior no nosso terminal e depois, a longo prazo, nós necessitamos de um novo aeroporto?, pontuou.
Número de passageiros caiu 6% em 2013
Enquanto a maioria pede a ampliação ou a construção de um novo aeroporto para Teresina, o antigo aeroporto da capital está perdendo passageiros. Dados da Infraero mostram que em 2011 o aeroporto recebeu 1,048.000 milhão de passageiros. Em 2012, esse número caiu em 1,5% e até maio de 2013 essa queda foi de 6%.
O presidente da Infraero no Piauí, Wilson Estrela, justifica essa queda com a atual situação econômica do país. ?Hoje a população vive o susto da inflação e muitos estão endividados, por isso estão com mais cautela na hora de viajar.
Isso explica essa queda no número de passageiros no aeroporto de Teresina?, disse.
Estrela acrescentou ainda que a Infraero espera a decisão da Prefeitura Municipal de Teresina para iniciar ou não a reforma do aeroporto. Se desapropriados 130 imóveis, ele afirmou que será construído um novo terminal de 29.000 m², aumentar o pátio de cinco para 16 posições e um estacionamento com dois pisos. ?Com isso teremos uma sobrevida de 20 anos, que é o tempo necessário para a construção do novo aeroporto?, argumentou.