Eis o Cruze, o carro que aposentará o Vectra em nosso mercado para devolver à Chevrolet a possibilidade de entrar no segmento dos sedãs médios na faixa de 60 000 a 65 000 reais. Oficialmente, a fábrica desmente os rumores sobre o plano de aposentadoria do Vectra. Os planos da GM para o Cruze vão muito além de nossas fronteiras. O modelo tem importância estratégica para a marca. A ordem é globalizar plataformas e produtos, o que, na prática, significa que todos os lançamentos serão carros mundiais.
O Cruze é bastante racional na distribuição de espaço: com 2,69 metros de entre-eixos, reserva 107 cm de espaço para as pernas na dianteira, 90 cm na traseira e oferece portamalas com 450 litros. Com 2,70 metros de entreeixos, o Elantra revela números similares na cabine (111 cm para as pernas na dianteira e 84 cm na traseira), mas perde no volume do porta-malas, 420 litros.
Além de espaçosa, a cabine do Cruze é bem cuidada. Exibindo elementos comuns a outros carros da marca, ela ajuda a reforçar a impressão de unidade. O painel com a parte central destacada, por exemplo, cria o que a GM chama de duplo cockpit, com ambientes claramente divididos para motorista e passageiro. Detalhes como os botões giratórios do arcondicionado, parecidos com os do Agile, também dão "homogeneidade da nova GM" ao Cruze. Revestida por uma parruda cobertura plástica, a face interna do esquadro das portas tem aparência robusta e caprichada. No painel, junto à porta do motorista, um dos poucos deslizes estéticos detectados em nosso primeiro encontro: o plugue de contato do sistema de diagnose fica aparente, sem qualquer tipo de proteção dos contatos metálicos.
Serão duas as versões: LT, de entrada, e LTZ, a mais completa, que é o caso desta que testamos com exclusividade. Infelizmente, pouca informação (técnica e de conteúdo) foi passada de forma oficial. O que se sabe é que ao menos a versão LTZ não terá opcionais. Ou seja, tudo o que encontramos no "nosso carro" já está incluso no preço, que, segundo uma fonte ligada à marca, ficará entre 62 500 reais (LT) e 75 000 reais (LTZ). Esse mesmo informante diz que "as primeiras unidades serão entregues às concessionárias na primeira quinzena de setembro e as vendas se iniciam logo em seguida, antes do fim do mês". Ar digital, direção assistida, trio elétrico, ABS, controles de estabilidade e de tração, airbags frontais, laterais e do tipo cortina, rodas de liga leve aro 17, sistema de partida do motor e abertura das portas sem chave, volante com comandos de som, telefonia e piloto automático - tudo é de série.
O destaque do Cruze LTZ é a central multimídia com tela de cristal líquido no centro do painel. Interativo, o equipamento permite ao piloto operar, configurar e personalizar os sistemas de som, telefonia, navegação e do próprio carro. Intuitivo, não exige mais que 5 minutos de dedicação para que o motorista se familiarize com os botões - a tela não é sensível ao toque -, agrupados com os do rádio e do ar-condicionado digital. A tampa do console central (entre os bancos dianteiros) corre longitudinalmente e, apesar de pequena, serve como um confortável apoio de braço. Recolhida e aberta, revela as entradas auxiliares compatíveis com o sistema de áudio (USB, de cartão de memória e do tipo P2).