A Caixa Econômica Federal já está aplicando uma nova linha de crédito imobiliário com custo indexado ao IPCA, o índice oficial de inflação. O modelo reduz o valor de entrada de 30% para 20% e ainda deixa as parcelas do financiamento mais acessíveis.
Os setores ligados ao mercado imobiliário estão animados com a novidade, que pode ampliar as possibilidades de captação crédito. Mas o que acontece se a inflação disparar, como já aconteceu muitas vezes no Brasil? O advogado e professor universitário, Apoena Machado, faz o alerta para os riscos: “ Essa modalidade transfere os riscos de inflação de quem empresta para que toma emprestado, por isso, exige mais cuidado”, explica o advogado ao destacar que o banco estará menos exposto, pois é o cliente quem se responsabilizará por cobrir as eventuais flutuações da inflação.
Apoena Machado destaca ainda que o crédito imobiliário, de regra, é um compromisso de longo prazo e vai atravessar diversos governos em um cenário brasileiro com histórico de inflação alta, como o pico recente, em 2015, quando o IPCA atingiu 10,67%. “A atratividade pela prestação mais barata, através da aplicação do IPCA, deve ser analisada de forma prudente e conforme o perfil do consumidor. É possível ainda optar pela taxa fixa, que ainda está disponível nos bancos”, acrescenta.