Durante os seis primeiros anos, desde a sua chegada ao Brasil, o Logan sempre foi reconhecido como um básico, de baixo custo e baixo preço de manutenção, mas meio sem graça. Era uma espécie de patinho feio, embora tivesse seu público. Por aqui o design é primordial, como se sabe. A Renault ouviu o mercado e decidiu surpreender: o novo Logan chega para brigar com os concorrentes, incorporando toda a tecnologia até aqui desenvolvida com o que de mais novo pode incorporar, aliando a tudo isso um novo designe,exterior e interior.
A tarefa de repaginação do carro ficou mais fácil nas mãos de Laurens Van der Acker, o design-chefe da Renault. A Renault sabia que precisava mexer com classe, repaginar o que estava aí e quando chegou a hora de renovar, a receita estava clara: era preciso manter a base mecânica e tornar o Renault Logan atraente.
A fórmula do sucesso já estava aprovada, restava aperfeiçoá-la e Acker fez tudo na medida certa. O amplo espaço interno, manutenção relativamente barata e robustez mecânica ? na vida real predicados mais importantes do que beleza, já faziam do Logan um dos preferidos em sua categoria. Mas com as mexidas no visual, ele evoluiu ainda mais.
Daí, se já vinha alavancando as vendas da Renault no Brasil, que avançaram dos 3,15% de participação quanto o sedã foi lançado (2007), para 6,6%, em 2012, agora o caminho ficou mais fácil.
O carro ganhou imponência, com a nova cara realçada por um para-choque mais encorpado, que abraça a dianteira do carro. Um friso cromado com o símbolo da Renault, que como marca é sinônimo de qualidade e mecânica de ponta, testada vitoriosamente na Fórmula 1, amplia a beleza frontal do veículo, que tem nos novos frisos do capô, descendo em direção dos faróis, mais um detalhe positivo no visual. É nessa porção frontal que o novo Logan se destaca. Faróis e grade alcançaram um entrosamento que modelo nenhum da categoria sequer chegou perto.
A lateral segue sem elementos mais complexos, mas perdeu o infeliz corte da coluna C, enquanto a traseira ganhou belas lanternas e, mais importante, proporcionalidade.
E as mudanças se espalharam por todo o carro. O seu interior, tido como um ambiente frio e pouco aconchegante, mesmo para um popular, ganhou um up grade. A cabine melhorou e muito.
O painel de instrumentos tem leitura bem melhor e indicador de troca de marchas; os materiais de acabamento são mais apresentáveis e o revestimento dos bancos trouxe mais conforto.
Carro exibe conforto e segurança:
Como era esperado, a marca francesa também equipou o Renault Logan 2014 com vários itens hoje requisitados pelo cliente, entre eles controle de cruzeiro, ar-condicionado automático (mas não digital), sensor de estacionamento, comandos satélites no volante e central multimídia que, aliás, é das mais fáceis de usar do mercado.
Conforto que muitas vezes também representam segurança. Alavancas de abertura interna do porta-malas e do tanque de combustível são facilidades incorporadas ao novo Logan. Mas as mudanças e evoluções não ficam só em detalhes ou na estética. Uma nova plataforma abriga o novo Logan, carro e 72% das peças foram trocadas para melhorar ainda mais o produto.
A evolução se traduz em melhorias na suspensão dianteira (que ganhou barra estabilizadora), direção (com nova assistência variável), acústica (novas mantas foram aplicadas em pontos estratégicos) e nas bitolas (dianteira e traseira maiores em 2,7 cm e 1,9 cm, respectivamente). Restou o câmbio, que segue manual até abril, pelo menos, como ítem a ser melhorado.
A motorização não foi mexida e motor é algo que a Renault tende a se orgulhar e muito. Os motores são velhos conhecidos da Renault, o 1.0 litro 16V e o 1.6 litro com oito válvulas. São bons, mas para quem evolui tanto nas pistas já pode pensar adiante em algo mais moderno, tipo uma motorização com blocos leves e de três cilindros. Nada, porém, que o desmereça, em qualquer das versões.
Em síntese: é um novo e atraente carro. O modelo foi a maior sacada que a empresa teve nos últimos tempos e o volume de vendas começa a refletir isso.