As novas moradias construídas na zona Sul de Teresina têm provocado um efeito positivo na cidade. A cada novo conjunto habitacional, a região torna-se mais desenvolvida e só tende a crescer. E é a zona Sul que tem sido o foco das edificações. Dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida 2, esta será a região mais contemplada de Teresina.
De acordo com Francisca Aquino, coordenadora do Programa Minha Casa, Minha Vida em Teresina, um novo ranqueamento será feito para definir as novas construções para a fase 2 do programa.
A zona Sul será beneficiada juntamente com a zona Norte da cidade. ?A Caixa passou pra gente que empreendimentos futuros devem ser construídos nessas regiões.
Mas depois que a gente fizer um ranqueamento da etapa 2 é que a Caixa Econômica vai ver a que tem mais necessidade?, explica. A avaliação deve ser feita até o final deste mês.
Somente em Teresina são mais de cem mil famílias inscritas no Programa. Na primeira fase já foram entregues 3.999 casas e segundo a Secretaria de Assistência Social e Cidadania, ainda faltam 1.969.
Em menos de 15 dias um novo residencial foi inaugurado na cidade. É o Teresina Sul, localizado depois do Posto da Polícia Rodoviária Federal, na BR-316.
Mil famílias receberam as chaves de casa e já estão morando, como é o caso de Suelene Santos. Antes, ela viva com o marido e a filha em um pequeno quarto no fundo da casa da mãe.
?Aqui está melhor porque é da gente. Pra quem morava no fundo do quintal da mãe é bom. A gente não tinha condição de pagar aluguel, então foi muito bom ter uma casa que é nossa mesmo?, conta Suelene.
O marido também comemora a conquista. ?Só está mais complicado por causa dos ônibus, que a gente tem que pegar na BR-316 ou na Vila Irmã Dulce. Mas isso deve mudar, até porque o conjunto está no início ainda.
Tem uns galpões que já disseram que vão construir ou um mercado ou uma creche. Aos poucos aqui vai se desenvolver. Agora temos a nossa casa própria?, completa Erisnaldo.
Visão empreendedora ajuda a desenvolver região
Rosileide Pereira mora no Residencial Torquato Neto há quatro meses e já percebeu a necessidade de desenvolvimento na região. Montou uma floricultura em sua casa, onde oferece serviços de jardinagem e até cestas de café da manhã.
?Quando cheguei aqui eu estudei a área, observei que muita gente queria ter jardim e tinha que contratar serviço de outros bairros. Mas por conta da distância acabam cobrando mais caro?, conta ela, que garante que a escassez do mercado nesse sentido na região colaborou, e muito, para consolidá-la no bairro. Tanto que a procura pelo serviço tem sido muito boa. ?100% da minha renda atual é resultado da jardinagem e consigo uma renda boa?, pontua.
É com moradores como Rosileide que os bairros começam a crescer. As necessidades são os principais motivadores para que novos empreendimentos possam surgir.
No Porto Alegre, que também foi resultado de conjuntos habitacionais, hoje a avenida principal é toda desenvolvida. O comércio é completo, com supermercado, farmácia, salão de beleza, entre outros serviços.
Desenvolvimento requer outros serviços básicos
No bairro Portal da Alegria, que existe há mais de cinco anos em Teresina, a construção de um residencial ao lado trouxe aos moradores algumas melhorias.
Os ônibus, por exemplo, que antes não circulavam por dentro do conjunto, agora passam e atendem os dois locais.
No entanto, o desenvolvimento desses bairros acontece de forma lenta, demorando anos para estruturar uma região capaz de se tornar independente de outros bairros.
Cibele Alves, moradora do Portal da Alegria há quatro anos, diz que ainda falta muita coisa onde mora. ?Não temos supermercado, farmácia, loteria, Correio. Tudo a gente depende do Parque Piauí ou da Vila Irmã Dulce?, conta.
Por outro lado, os moradores exigem outros serviços de necessidade básica, como segurança. De acordo com Cibele Alves, a violência na região está ainda pior. ?A questão dos ônibus melhorou e a gente espera que outros problemas melhorem também, como a violência que está demais.
Antigamente era mais tranquilo aqui, mas hoje em dia é morte, assalto direto. A gente reclamava do mato que tinha antes de construir as casas do Torquato Neto, mas agora a gente sente é falta?, afirma Cibele Alves.