O número de trotes e ligações indevidas que chegam ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ainda preocupa e atrapalha os serviços de quem atua no órgão. No mês de setembro, os trotes mais que dobraram, chegando aos 26, enquanto em agosto foram apenas dez. Segundo o diretor médico do Samu, José Ivaldo de Oliveira, apesar de anualmente o número essas ligações corresponderem a apenas 2% das ocorrências do órgão, isso dificulta os trabalhos no local.
Ele afirma que com esse tipo de ação maldosa, quem mais perde é a população, pois quando uma ambulância sai para atender uma ocorrência falsa, quem realmente precisa destes serviços acaba tendo que esperar mais tempo para a chegada da equipe do Samu. ?Geralmente o número de trotes por mês fica entre dez e 12. Esse aumento nos pegou de surpresa, mas precisamos esperar os próximos meses para saber se esse crescimento vai se manter?, afirmou.
Além de as ambulâncias serem deslocadas até o local, onde teoricamente haveria a ocorrência, as linhas telefônicas do Samu acabam ficando congestionadas e dificultando o atendimento de quem realmente precisa dos serviços.
?Hoje, nós temos cinco linhas telefônicas para evitar esse congestionamento, mas esses trotes sempre atrapalham.
Além disso, nós temos estado cada vez mais detalhistas ao pedir informações de quem liga solicitando os serviços e muitas vezes, quem quem está só tentando passar trote acaba desistindo?, pontuou.
Outro problema que também dificulta o bom desempenho do trabalho das equipes do Samu é a descrição errada do quadro clínico do paciente que precisa da ambulância. ?Muitas vezes, por maldade ou até mesmo por desespero diante da situação, quem liga para só Samu exagera ao descrever o que o paciente que precisa da ambulância está sentindo.
Com isso, acreditando que o caso é grave, nós deslocamos para o local uma ambulância mais avançada, quando uma simples resolveria o problema. Nesses casos, muitas vezes outras pessoas com o quadro realmente greve necessita de atendimento e precisa ficar esperando?, disse.
O diretor médico explica que a população precisa entender qual a real função do Samu e só acionar a equipe do órgão quando o caso exigir. Casos como dor de cabeça, febre, dor de barriga e outros com pouca complexidade não são casos atendidos pelo Samu.