“O filho do assassino também tem que pagar”, diz pai de morto por R$ 7

Amigos e familiares pedem a prisão imediata do filho do dono do comércio

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Várias testemunhas continuam prestando depoimento em Guarujá, no litoral de São Paulo, sobre o caso do turista de Campinas morto por causa de uma diferença de R$ 7 em uma churrascaria da cidade. Apesar do assassino confesso, José Adão Pereira de Passos, estar preso preventivamente, os familiares e amigos de Mário dos Santos Sampaio ainda acreditam que mais pessoas precisam ser responsabilizadas pela morte do jovem. Segundo os familiares, o verdadeiro responsável por toda a confusão é Diego Souza Passos, filho de Adão e gerente da loja.

Durante toda sexta-feira (11), amigos e familiares do jovem assassinado estiveram no Guarujá parta conversar com o delegado responsável pelo caso. Segundo Renato Sampaio, pai da vítima, o objetivo da passagem pela cidade foi tentar agilizar as investigações, já que segundo ele, os suspeitos também são responsáveis por alterar o local do crime desaparecendo com as imagens do circuito interno. "O filho dele precisa ser preso também, já que foi ele quem começou a briga. O assassino tinha liberado para que todos saíssem da churrascaria, mas o filho dele pegou uma faca, fez uma ameaça e deixou todos encurralados. O Diego foi para cima do meu filho enquanto ele falava com a polícia. São todos covardes. Se o filho do assassino não tivesse acuado as pessoas, eles tinham ido embora. O certo é o assassino que está preso passar o resto da vida na cadeia, junto com o filho. Depois eles vão acertar as contas lá em cima", afirma.

A namorada de Mário, Patrícia Bonani, também esteve na delegacia. Junto com alguns amigos de Mário, ela está organizando uma passeada no Guarujá para não deixar o caso cair no esquecimento e pedir que a Justiça seja feita o mais rápido possível. "Passei o meu Réveillon sentada no banco da delegacia, vendo os fogos com o corpo do meu namorado dentro da perua do IML. O filho do assassino pode ver o pai quando quiser. E quando eu quiser ver quem eu amo? Aonde que eu vou? Eu não posso mais. Nunca mais. Vamos organizar uma passeata para pedir Justiça. Vamos sair do restaurante onde ele foi assassinado e iremos até o Fórum de Guarujá. Também faremos uma missa", avisa.

Rauany Nunes Farias, amigo da vítima, foi outro que desceu a serra para prestar depoimento. Ele relembrou toda a história do assassinato e, assim como o pai da vítima, culpou o filho do assassino por toda a confusão. "O Diego apontou o dedo na cara do Mário e falou que ia esperar ele lá fora. Quando soube que ele estava com uma faca, o Mário acionou o 190, mas foi agredido. Outros funcionários também se envolveram na confusão. Reconhecemos um garçom que participou da briga. O dono do restaurante não estava defendendo o filho. A gente não agrediu ninguém. Queremos a prisão do Diego", afirma.

Outro lado

José Adão e Diego Souza prestaram depoimento no último dia 3, mas foram liberados em seguida. Segundo o dono da churrascaria, ele teria atacado o turista com a faca para defender o filho, que estaria sendo espancado. Durante o depoimento, José Adão disse que a confusão começou quando um dos clientes deu vários chutes nele. Ele afirma ter tentado revidar, mas não conseguiu. Por isso, segundo ele, o filho teria entrado na briga. No dia 9, porém, José Adão acabou sendo preso preventivamente.

Relembre o caso

Segundo a polícia, a vítima foi jantar em um restaurante, que fica no bairro Enseada, por volta das 19h30 da noite de réveillon. Ele estava acompanhado de três amigos e a namorada. A confusão começou quando ele foi pagar a conta. Segundo a polícia, o jovem se recusou a pagar o valor de R$ 19,99, alegando que o valor divulgado era de R$ 12,99.

A atendente do caixa chamou o gerente do restaurante e eles começaram a discutir. Em seguida, o dono do estabelecimento, que é o pai do gerente, disse que aceitava o valor de R$ 12,99. Porém, ainda segundo a polícia, o gerente passou a ameaçar o jovem, dizendo que ele o aguardaria do lado de fora para brigar.

Para evitar a confusão, o turista não saiu de dentro do restaurante e chamou a Polícia Militar. Neste momento, o gerente do estabelecimento e outros três garçons começaram a agredir o rapaz com vários socos. De acordo com a polícia, ao ver a briga, o dono do restaurante foi até a cozinha pegar uma faca e golpeou o turista com três facadas nas costas.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi solicitado para o resgate, porém, a vítima morreu no local.

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