Desde 2008, o Centro de Convenções de Teresina fechou suas portas para que fosse realizada uma ampla reforma. O objetivo era construir um auditório com mais de 1 mil lugares, além de mais 600 lugares móveis divididos em outros espaços, área de camarim, banheiros, dois pavilhões para exposições e um amplo estacionamento.
Porém, as obras continuam inacabadas. Atualmente o local encontra-se em abandono por parte do poder público, o que fez com que ele se transformasse em um estacionamento privado de carros.
A área tem uma movimentação considerável de entrada e saída de veículos durante todo o dia, já que funciona nas imediações do Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Junta Comercial, dentre outros órgãos públicos, fazendo com que a maior parcela das pessoas que estacionam ali sejam os servidores dessas instituições.
A obra parada que virou estacionamento possui um responsável, e ele afirma que algumas autoridades já foram ao local e alertaram que o espaço é público e que, por isso, não pode ser explorado para tais fins.
Mas ele conta que não considera um problema obter lucros a partir de um lugar que está em completo descaso. ?No momento ele não está servindo para nada, então eu pensei em usar em benefício para mim mesmo?, disse ele, que preferiu não se identificar.
Sobre o valor da taxa cobrada por cada carro estacionado, ele diz que não existe um valor fixo, e que os clientes apenas dão gratificações de acordo como convém. ?Fico só aqui olhando e alguém vem e dá uma contribuição do tanto que acha que deve?, explica.
Quem diariamente estaciona na área diz que também não considera essa ação indevida. ?Na realidade esse lugar está abandonado. Não vejo problema em usar. É melhor do que eu deixar o carro na rua?, pontua um dos clientes do estacionamento, de iniciais J.M.S.
Sobre essa situação, a Secretaria de Turismo do Piauí (Setur) ? órgão responsável pelo prédio -, afirma que a legalidade dessa questão será avaliada, já que a intenção não é adotar medidas arbitrárias. ?Já colocamos uma equipe no local para avaliar e saber como devemos proceder.
Vamos conversar com o governador para saber se retiramos as pessoas daquele lugar. Se for necessário, faremos isso e isolaremos a área?, destaca o chefe de gabinete da Setur, Francisco das Chagas de Sousa.
O chefe de gabinete frisa ainda que o conhecimento sobre essa situação se deu há pouco tempo, e que a atual gestão assumiu já com a existência da mesma, e as devidas averiguações serão efetuadas para tomar as medidas cabíveis ao caso.
Além de estacionamento, o local se tornou depósito de lixo eletrônico. Monitores antigos, peças de computador, entre outros itens são encontrados em um dos pisos do espaço.