Estudos realizados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontam que 11 dos 14 aeroportos localizados em cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 não deverão ter concluído suas reformas e ampliações até o início do evento.
A informação é do coordenador de Infraestrutura Econômica da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais doIpea, Carlos Campos, que participou de audiência pública sobre aviação civil no Senado na última quarta-feira.
"No atual estágio dos terminais de passageiros e considerando os prazos médios de obras de infraestrutura no Brasil, existe uma reduzida possibilidade de no início da Copa tudo estar pronto", alertou Carlos Campos, defendendo que é preciso trabalhar com um plano ?B?, como a construção de terminais temporários, que não podem, no entanto, virar permanentes.
Segundo o técnico do Ipea, dos 20 maiores aeroportos do Brasil, 14 operam acima de 100% da capacidade. Dentre eles, cinco ? Galeão (Rio de Janeiro), Confins (Belo Horizonte) e os de Recife, Curitiba e Fortaleza ? atuam no limite de sua eficiência operacional.
A solução, na avaliação do coordenador do Ipea, é investir no setor. Dados do instituto apontam que, nos últimos anos, a Infraero investiu em infraestrutura aeroportuária menos de 50% dos recursos orçamentários disponíveis. Mas mesmo que todo o orçamento fosse investido, ainda assim teriam sido insuficientes para adequar o setor à sua crescente demanda.
Carlos Campos alertou também para a demora nos processos de transferência da infraestrutura dos aeroportos para a iniciativa privada. Dos 13 aeroportos das 12 cidades sedes dos jogos da Copa do Mundo, apenas dois têm situação confortável ? o de Recife, onde será apenas construída uma torre de controle, e o de Natal, que já foi privatizado. Dos 11 restantes, apenas três tiveram o processo de concessão concluído (Brasília, Garulhos e Viracopos) e quatro ainda estão com concessão em fase de projeto.