A onda de violência na zona Sudeste de Teresina tem provocado pânico na população da região. Os assassinatos ocorridos recentemente – foram quatro, no total – são a principal causa, mas o sensacionalismo nas redes sociais está apavorando as pessoas, que não sabem até que ponto são credíveis as informações repassadas por meio de correntes no WhatsApp e Facebook.
O boato que tem gerado maior repercussão é a lista com nomes marcados para morrer. No total, são 27 apelidos. A Polícia Militar diz que a lista não tem veracidade comprovada.
“Qualquer pessoa pode elaborar uma lista e divulgar em redes sociais. Estão implantando a cultura do medo”, afirma o tenente-coronel Renato Alves, responsável pela comunicação da Polícia Militar.
Em outras fofocas, chacinas no bairro também são anunciadas constantemente, tanto no boca a boca quanto em grupos no WhatsApp. “As pessoas ficam implantando terrorismo, isso é ruim para a sociedade de modo geral, fica a cultura do medo.
As redes sociais podem ser usadas para coisa boa e coisa ruim, mas oficialmente não podemos dizer que essas informações são concretas e têm veracidade”, afirma o tenente-coronel. Nas redes sociais, vídeos de assassinatos “fake” também estão sendo divulgados. Mas boa parte deles não está relacionada às mortes, mas sim a outros casos.
O último assassinato teve como vítima Derivaldo da Conceição Silva, de 31 anos. Conhecido como “Corujão da Redonda”, Derivaldo foi morto na semana passada no Conjunto Dirceu I, no momento que parou o carro que dirigia em um semáforo.
O apelido “Coruja” consta na lista divulgada nas redes sociais, mas a PM não quis dar maiores informações sobre o caso. “Quando tivermos uma informação concreta, vamos trabalhar em cima disso”, diz Renato Alves.
A reportagem entrou em contato com o coronel Alberto Menezes, Comandante Geral da PM, para obter mais informações sobre o caso. “Não vamos falar sobre boatos, não dá”, diz. Mas ele afirmou que a Polícia Civil, que é responsável por esse tipo de investigação, já está trabalhando no caso, e que ele, enquanto comandante, não poderia passar maiores informações, pois poderia atrapalhar o andamento do trabalho das polícias.
De acordo com James Guerra, Delegado Geral da Polícia Civil, o Serviço de Inteligência está no caso. “Nós estamos fazendo um trabalho de inteligência policial para saber se é real ou não”, declara. Assim como Alberto Menezes, James também não quis dar maiores informações sobre como as investigações estão sendo desenroladas. Embora as investigações já tenham começado, até o presente momento ninguém foi preso.
População reconhece que há mais alarde que violência
Embora muitos moradores da região Sudeste estejam apreensivos com os últimos acontecimentos, boa parte do que é divulgado em grupos no WhatsApp são informações falsas.
Muitos dos vídeos divulgados na rede social, inclusive, são de outros crimes, e não fazem parte da suposta onda de assassinatos.
"Algumas pessoas estão utilizando isso para deixar a população em pânico, mas não houve nenhum outro homicídio além dos que já foram divulgados", relata Pedro Rodrigues, morador do Grande Dirceu.
Ele diz que ninguém do bairro está deixando de trabalhar ou sair de casa por medo da onda de violência. "Ninguém se prende dentro de casa em razão de boatos", diz Pedro. Ele afirma, ainda, que a polícia tem se mostrado presente no bairro, fazendo um policiamento efetivo para evitar situações de violência.
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