O Piauí viveu um momento histórico na tarde desta segunda-feira (16). O primeiro movimento paradista de trabalhadores de telemarketing do Estado aconteceu na Vikstar Contact Center, motivado pela ausência de transporte para os trabalhadores. Com ameaça de novas paralisações, os funcionários pedem melhores salários, condições de trabalho e a luta contra o assédio e machismo.
Os operadores de telemarketing paralisaram durante uma hora, durante o horário de 13h às 14h. O estopim para a paralisação foi a ausência de um transporte para os trabalhadores, que estão sem alternativa de ônibus do terminal até a empresa, que fica localizada no Distrito Industrial, zona Sul de Teresina. A greve conta com o apoio do Movimento Luta de Classes.
De acordo com informações do Sindicato das Telecomunicações do Piauí (Sintel-PI), o quadro corporativo da empresa é 80% feminino, e pelo menos quatro foram assaltadas durante o percurso de dois quilômetros entre a empresa e o terminal. Somado a isso, também há relatos de assédio e machismo contra as trabalhadoras dentro da própria empresa.
A urgência do ônibus foi atendida pela empresa. “Desde o dia 23 estávamos sem ônibus, que ia do Terminal do Parque Piauí até a empresa. Era uma linha normal que saiu. Então a empresa deveria substituir esse ônibus. Tivemos quatro assaltos nesse período, além do sol quente. São mais de dois quilômetros para caminhar”, conta o sindicalista Pablo Aguiar.
No entanto, uma próxima paralisação está em vistas. Na quinta-feira (19) os trabalhadores vão se reunir para decidir. “O ambiente é precário. Estamos há um ano com demissões em massa. Mais de duas mil pessoas foram demitidas de janeiro para cá, com rescisões parceladas e atrasadas. Além disso, estamos recebendo abaixo do salário mínimo. Hora extra não paga, folga não concedida. Sem falar no assédio moral e sexual”, acrescenta Pablo.
Procurada pela reportagem do Jornal Meio Norte, a Vikstar Contact Center não retornou às ligações.