Pacientes fazem fila para consultas na UBS do bairro Piçarreira, z. Leste de THE

Pacientes fazem fila para consultas na UBS do bairro Piçarreira, z. Leste de THE

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Os cidadãos assistidos pela Unidade Básica de Saúde Dr. Félix Francisco Pereira Batista, localizada no Bairro Piçarreira II, zona Leste de Teresina, precisam ter muita paciência para conseguir atendimento. 

Eles reclamam da demora para os encaminhamentos de consultas médicas e das longas esperas nas filas, que começam a se formar durante a madrugada. A UBS foi inaugurada em 2010, e atende comunidades dos Bairros Piçarreira e Parque Universitário.

Segundo informações da Fundação Municipal de Saúde, a UBS tem quatro equipes da Saúde da Família, duas atendendo pela manhã e duas no período da tarde. 

Cada equipe é multiprofissional e possui médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agentes comunitários de saúde (ACS), dentista e auxiliar em Saúde Bucal. Cada médico atende, em média, 20 pacientes ao dia, totalizando 80 consultas realizadas diariamente nesta unidade.

Mas, ao que parece, a demanda é maior do que as equipes atendem. Na fila, as pessoas reclamam dos horários aos quais são submetidas para conseguir marcar consultas.“Para conseguir uma consulta nós temos que sair 3h, 4h de casa. Se deixar para vir mais tarde, não conseguimos”, diz Ângela Maria Alves da Silva.

No caso dos encaminhamentos, procedimento no qual o médico indica ao paciente um especialista, a demora é ainda maior. “Conseguir encaminhamento para uma área médica específica é uma luta. No meu caso, estou precisando marcar um otorrino para o meu filho, e se não chegar de madrugada, não consigo”, diz Ana Regina Marques.

As pessoas que dependem do atendimento também reclamam do perigo que é esperar nas filas do lado de fora do prédio durante a madrugada, quando ainda está escuro. “Esse horário é muito perigoso aqui na região. A gente arrisca a vida nessas filas”, relata Aradenis de Sousa Brito. A segurança do prédio é realizada por dois policiais militares, mas como eles não ficam durante a noite, as pessoas que estão na fila esperam sozinhas durante as primeiras horas da manhã, sujeitas a assaltos e ações de criminosos.

Segundo Dinah Sá, enfermeira da UBS da Piçarreira II, o problema não é da direção do hospital, mas sim da escassa quantidade de vagas de médicos especialistas disponibilizados para a população. “As vagas são para Teresina toda, não para cada unidade. A regulação é que disponibiliza as vagas e não temos acesso a essa distribuição. O funcionário daqui só é responsável pela marcação das consultas”, afirma.

Paciente espera consulta neurológica há dois anos 

Embora o tempo máximo para o atendimento médico pelo SUS seja de três meses, algumas pessoas esperam anos por uma consulta de área médica específica. 

Dentre essas pessoas, Cielita da Silva aguarda há dois anos pelo atendimento neurológico de seu filho, que é especial. Ela conta que o rapaz passou por uma cirurgia na cabeça, por isso deveria ter um acompanhamento com um neurologista, mas que até agora isso não aconteceu.

Em razão da demora, Cielita já tentou outros hospitais municipais da região, mas não conseguiu o acompanhamento necessário. "O neuro pediu que a médica daqui ficasse acompanhando a medicação, mas fazer exames ou outra coisa assim precisa do encaminhamento com ele. E é muito difícil conseguir", explica Cielita.

A reportagem entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde, que encaminhou uma nota técnica reconhecendo que a demanda é maior do que a capacidade da Unidade Básica de Saúde Dr. Félix Pereira Batista: 

"A FMS reconhece a grande demanda da região e estuda uma forma de ampliar o atendimento. E esclarece ainda que as filas para marcação de consultas se concentram para aquelas que demandam algum tipo de médico especialista, algo que não é específico dessa unidade, mas de todo o Sistema Único de Saúde". 


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