Pai filmado agredindo alunas diz que filha era ameaçada e iria “apanhar”

Ele registrou boletim de ocorrência e afirma: “Não pensei duas vezes”.

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O pai de uma aluna filmado agredindo duas estudantes na porta de uma escola em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, reconhece que perdeu a cabeça, mas justifica que estava tentando defender a filha. O aposentado Lázaro Reis de Souza diz que a adolescente vinha sofrendo ameaças: "Não pensei duas vezes". Ele registrou um Boletim de Ocorrência na terça-feira (19).

A briga ocorreu na última semana, na porta do Colégio Estadual José Pedro Loudovico. Imagens gravadas por um celular mostram a mãe de uma adolescente tirando satisfação com um grupo de alunas. O pai entra na roda empurrando uma delas, que revida com um chute. Lázaro Reis, então, dá um soco no rosto de outra estudante.

Revoltados alunos apedrejaram o carro do aposentado. Após a confusão, Lázaro procurou a delegacia. Segundo o pai, ele pediu ajuda para a escola, mas não houve providência.

"Eu fui avisado três minutos antes que minha filha ia apanhar na escola, de uma gangue que tem lá. Eu já tinha assistido duas brigas antes, com a minha seria a terceira. Eu fui acudir minha filha", justificou.

Procurada pela reportagem, a direção da colégio não quis se pronunciar, alegando que o fato ocorreu fora das dependências da escola.

A adolescente conta que vinha sofrendo ameaças desde o início do ano: "Começou com tapas, puxões de cabelo. Montou uma gangue de oito a dez meninas para me bater".

Na ocorrência registrada, a filha de Lázaro aparece como vítima. As duas menores que são vistas brigando com o pai da colega, no vídeo, não procuraram a polícia.

Gangues

Segundo a Polícia Civil, o número de ocorrência envolvendo violência nas escolas cresce a cada dia. Alunos agredidos relatam a existência de uma gangue que estimula a briga para depois filmar e postar nas redes sociais.

Todos os alunos envolvidos foram chamados para depor. Os culpados podem ser punidos com penas socioeducativas.

"Nós estamos aguardando a chegada dos laudos, de corpo e delito e pericial, para a documentação do dano. Eles serão encaminhados ao Juizado da Infância e a Juventude", explica a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) da cidade, Kênia Segantini.

Pai de aluna de outra escola, Antônio Leite também esteve na delegacia para registrar Boletim de Ocorrência. Ele conta que tem faltado ao trabalho para acompanhar a filha na escola. Segundo ele, a menina é menor de idade está sendo ameaçada por colegas de classe.

Na delegacia, o pai busca uma solução para o problema. "Eu ensino minhas filhas não brigar com ninguém, respeitar todo mundo, então eu quero que elas sejam respeitadas", desabafa.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES