Pais dizem que corpo achado em rio é de Joaquim, diz Polícia Civil

Criança desapareceu no dia 5 da casa da família em Ribeirão Preto (SP). Polícia Civil aguarda necropsia para confirmar causas da morte do menino.

Mãe e o avô reconheceram o corpo de Joaquim Ponte no IML de Barretos | Analídia Ferri/G1
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O corpo encontrado no Rio Pardo, na zona rural de Barretos (SP), no final da manhã deste domingo (10) é do menino Joaquim Ponte, de 3 anos, desaparecido desde terça-feira (5) de dentro de sua casa em Ribeirão Preto (SP). A informação foi confirmada pela Polícia Civil no início da tarde, logo depois que a mãe Natália Ponte, e o pai, Arthur Paes, reconheceram o corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Barretos. Abalada, a mãe não quis comentar o assunto.

Segundo o delegado seccional João Osinski Júnior, diretor do departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 3), os pais reconheceram o pijama do menino e suas características físicas. Após a confirmação, policiais mantiveram um cerco preventivo em frente à casa da família de Joaquim, no bairro Jardim Independência, zona norte de Ribeirão Preto. A mãe, Natália Ponte, e o padrasto, Guilherme Longo, tiveram o pedido de prisão temporária negado pela Justiça na semana passada.

O corpo da criança foi encontrado pelo dono de uma propriedade rural em Barretos, que avisou o Corpo de Bombeiros pelo 193 após avistar uma pessoa boiando sobre as águas do Pardo neste domingo, por volta das 11h30. Além dos bombeiros, a delegada de plantão da Polícia Civil em Barretos, Maria Tereza Vendramel, foi deslocada ao local. Segundo Osinski, a criança encontrada vestia um pijama estampado idêntico ao descrito pela família no boletim de ocorrência registrado no dia do desaparecimento.

Ele informou que vai solicitar a realização de exames médicos específicos, como testes de insulina, que poderão ajudar nas investigações. ?Vou pedir vários exames, se for confirmado que é o Joaquim. Precisamos saber de várias coisas, se foi esganado, por que lesão morreu?, diz.

Em Ribeirão Preto, policiais militares fecharam o quarteirão da casa em que vivem Natália e Guilherme, mãe e padrasto do menino, investigados pela polícia.

A localização do corpo reforça a convicção anteriormente divulgada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que após realizarem buscas, descartaram a possibilidade de encontrar Joaquim com vida. O local onde o corpo foi encontrado, o Rio Pardo, também bate com as suspeitas da polícia, que com a ajuda de um cão farejador evidenciou que Joaquim e o padrasto andaram às margens do Córrego Tanquinho, próximo à casa da família no Jardim Independência. O córrego desemboca no Rio Pardo.

Entenda o caso

O menino de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira, de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento à polícia, Natália Ponte afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético.

Segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.

O padrasto Guilherme Longo, que admitiu ser dependente químico, contou que nas últimas semanas teve uma recaída e que chegou a sair de casa na madrugada em que Joaquim desapareceu para ir atrás de drogas. Ele disse que deixou a porta aberta ao sair, mas que voltou rápido porque não encontrou o que procurava.

Longo, que teve a prisão temporária pedida junto com a mãe pelo delegado, negou que a dependência pudesse oferecer riscos ao menino e às outras pessoas com quem convive. O pedido de prisão do casal foi negado pela Justiça na semana passada.

O tio de Joaquim, Flávio Paes, que desde terça-feira acompanha os trabalhos da polícia ao lado do irmão Arthur Paes, pai de Joaquim, em Ribeirão Preto, afirmou que o casal trata o desaparecimento com descaso.

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