O papa Bento 16 condenou nesta quinta-feira (13) o aborto e o casamento homossexual, dizendo que essas são práticas "traiçoeiras e perigosas".
O líder máximo da Igreja Católica pronunciou o discurso no Santuário de Fátima, em Portugal, país que legalizou o aborto em 2007 e deve promulgar o casamento gay ainda neste ano.
Bento 16 disse que o casamento entre homem e mulher é o fundamento para a defesa dos "valores essenciais da vida".
- As iniciativas voltadas para salvaguardar os valores essenciais da vida, desde sua concepção, e da família, fundamentada no casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher, ajudam a responder a alguns dos desafios que, hoje, se opõem ao bem comum.
O papa falou sobre o assunto diante dos principais representantes das organizações sociais de Portugal, católicas ou não, e foi ovacionado em pé.
Depois de legalizar o aborto após um referendo em 2007, Portugal, país de forte tradição católica, prepara-se para autorizar o casamento gay, mantendo, no entanto, a proibição de permitir a esses casais a adoção de crianças.
Votada em fevereiro pela maioria de esquerda do Parlamento, a lei sobre o matrimônio homossexual deverá ser promulgada pelo chefe de Estado antes de 17 de maio.
Católico praticante, o presidente Anibal Cavaco Silva tem a possibilidade de vetar o texto, o que o remeteria a um segundo voto, dessa vez, definitivo.
Ao contrário da Espanha, onde o clero se mobilizou contra o casamento gay, autorizado desde 2005, em Portugal, a Igreja Católica se isolou dos debates e a iniciativa foi definida, semana passada, como um simples "detalhe na vida da nação" pelo cardeal José Policarpo, arcebispo de Lisboa.