Papa Francisco nomeia novo arcebispo para Arquidiocese de Teresina

Papa acolheu o pedido de renúncia apresentado por dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho

Novo Arcebispo de Teresina | Divulgação
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O Papa Francisco acolheu o pedido de renúncia apresentado por dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho e nomeou, nesta quarta-feira (4), dom Juarez de Souza da Silva, até então bispo de Parnaíba (PI), como o oitavo arcebispo de Teresina (PI). A data da solenidade de posse ainda não foi divulgada.

Natural de Cabeceiras do Piauí, dom Juarez é o primeiro piauiense a assumir o cargo de arcebispo de Teresina. Na mensagem de saudação, o titular da sede metropolitana cumprimentou fiéis, sociedade em geral e falou da sua gratidão pelo papa emérito Bento 16, que será sepultado na quinta-feira (5). Leia o pronunciamento completo abaixo.

"Com o “coração ardente” desejo falar a seus corações, nesta hora em que Igreja, enlutada ora pelo Papa emérito, Bento XVI e se prepara para seu sepultamento, na esperança da feliz ressurreição. Tenho muita gratidão pelo Papa que hoje parte, por ter me nomeado bispo da Igreja a quinze anos, fazendo-me compartilhar com ele, esse ministério de amor e serviço que exerci, inicialmente, na diocese de Oeiras; depois na diocese de Parnaíba e, hoje, bispo eleito da Arquidiocese de Teresina", diz dom Juarez de Souza da Silva.

Dom Juarez Sousa da Silva é nomeado arcebispo de Teresina (Foto: Divulgação/Arquidiocese de Teresina)

Dom Juarez Sousa da Silva nasceu no interior do município de Barras, hoje município de Cabeceiras do Piauí (PI), no dia 30 de junho de 1961. É o primogênito dos sete filhos do casal Anísio Marques da Silva e Maria José Sousa da Silva.

Cursou o ensino fundamental nas escolas Olímpio e Gervásio Costa, em sua cidade natal, e o ensino médio, no Curso Técnico Tradutor e Intérprete no seminário da Assunção, em Jacarezinho (PR), fez bacharelado em Filosofia e Teologia no seminário Maior Sagrado Coração de Jesus, em Teresina (PI), é graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), mestre em História Eclesiástica pela Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma – Itália.

Foi ordenado diácono no dia 10 de julho de 1993, na catedral de Santo Antonio, em Campo Maior (PI); Presbítero, em 19 de março de 1994, na matriz Nossa Senhora da Conceição, em Barras (PI); Sagrou-se bispo, em 17 de maio de 2008, na catedral Nossa Senhora da Vitória, em Oeiras (PI), onde seu exerceu seu ministério episcopal, até ser transferido para a diocese de Parnaíba, como bispo coadjutor.

No dia 6 de janeiro de 2016, a nunciatura apostólica no Brasil, fez conhecer que o Papa Francisco nomeou dom Juarez Sousa da Silva como bispo coadjutor da diocese de Parnaíba (PI), transferindo-o da sede episcopal de Oeiras (PI).

Ao ser nomeado coadjutor, dom Juarez passaria a ser o próximo bispo diocesano de Parnaíba, fato ocorrido no dia 24 de agosto do mesmo ano, por ocasião da acolhida da renúncia de dom Alfredo Schaffler. O  bispo assumiu como seu lema episcopal: Ut vitam habeant, “Para que tenham vida” (Jo 10,10), que expressa a finalidade de sua missão.

Exerceu as seguintes funções anteriores ao episcopado: administrador da paróquia de São José, em Alto (PI), de 1994 a 1996; vice-reitor e administrador do seminário maior Sagrado Coração de Jesus, de 1996 a 1998; Diretor do Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí (ICESPI), de 2002 a 2008; Professor de História da Igreja e Patrística, de 1998 e de 2002 a 2007.

Foi membro da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bispo referencial da Comissão Nacional de Presbíteros, no período de 2016 a 2019. Atualmente, além de bispo diocesano de Parnaíba, dom Juarez é presidente do regional Nordeste 4 da CNBB e bispo referencial da Catequese no regional.

A Arquidiocese de Teresina compatilhou a saudação do novo arcebispo. Confira: 

“Corações ardentes, pés a caminho”

Amados irmãos e irmãs da Arquidiocese de Teresina, saúdo a todos (as) com um forte abraço e votos de Feliz Ano Novo. Dirijo-me Fraternalmente ao querido irmão Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, aos irmãos presbíteros, diáconos, religiosas e religiosos, seminaristas, leigos e leigas engajados nas comunidades eclesiais missionárias, pastorais, movimentos, associações religiosas, serviços, Novas Comunidades, movimentos, colaboradores(as) e voluntários(as). 

Saúdo todas as autoridades constituídas, civis e militares nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em Teresina e nos demais 36 municípios desta Arquidiocese. Dirijo-me igualmente, às pessoas de boa vontade que pertencem a outras confissões religiosas ou que mesmo não professando nenhum credo, trabalham pelo bem do próximo, promovem a paz e a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna.

É sem sombra de dúvida que por Providência Divina, no dia de hoje, a Santa Igreja Católica através do Papa Francisco, tendo aceitado a renúncia canônica do estimado Dom Jacinto, sétimo Arcebispo de Teresina, nomeou-me e convocou-me para ser o oitavo Arcebispo desta amada Arquidiocese.

Com o “coração ardente” desejo falar a seus corações, nesta hora em que Igreja, enlutada ora pelo Papa emérito, Bento XVI e se prepara para seu sepultamento, na esperança da feliz ressurreição. Tenho muita gratidão pelo Papa que hoje parte, por ter me nomeado bispo da Igreja a quinze anos, fazendo-me compartilhar com ele, esse ministério de amor e serviço que exerci, inicialmente, na diocese de Oeiras; depois na diocese de Parnaíba e, hoje, bispo eleito da Arquidiocese de Teresina.

Nas duas vezes que me encontrei pessoalmente com o Papa Bento, em 2008, no encontro mundial de bispos novos e, em 2009, na minha primeira visita ad Limina, pude sentir o odor da santidade em um homem “teólogo, bispo e Papa, que nos deixou um grande legado, no qual se destacam o amor pela Igreja e a preocupação pelos rumos do mundo” (Nota da CNBB). Senti nele, também a humildade e a sabedoria do Vigário de Cristo, que me confirmou e me encorajou no exercício do episcopado, que estava apenas iniciando. No longo período de sua emeritude, com o seu silêncio ensinou a como nos preparar, “não para o fim, mas para o encontro definitivo com o Senhor”.

Obrigado, querido Papa! Descanse em paz e bem de pertinho da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, faça uma prece por mim, pelo meu novo pastoreio e pelo povo de nossa Arquidiocese.

Teresina é uma Arquidiocese querida e destacada no cenário eclesial, estadual e nacional por sua história e atuação em favor do Reino de Deus, pela unidade do clero e pelo cuidado dos pobres, na Região Metropolitana de Teresina e no Piauí, desde a sua criação, em 1901, vindo a ser instalada canonicamente, em 1903, a exatos 120 anos, que celebrará no próximo mês de março. Chegou a consolidar-se como Igreja Particular em 1906, com a chegada de seu primeiro bispo, Dom Joaquim Antônio de Almeida.

Dali em diante, esta Igreja Particular tem sido agraciada com a presença de grandes pastores que nela traçaram uma belíssima trajetória. Faço aqui, memória agradecida, partindo do primeiro bispo supracitado, sucedido por Dom Otaviano de Albuquerque, Dom Severino Vieira de Melo, Dom Avelar Brandão Vilela, Dom José Freire Falcão, Dom Miguel Fenelon Câmara e Dom José Gonzalez Alonso (auxiliar), Dom Celso José Pinto da Silva, Dom Sérgio da Rocha e Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho a quem saúdo com gratidão e cujo apoio espero obter.

Esses meus predecessores, que por aí passaram, contaram com a solicitude e empenho do presbitério, diáconos, seminaristas, consagradas (os) e, sobretudo, com a força do protagonismo dos cristãos leigos e leigas. Todos, como discípulos missionários de Jesus Cristo, têm testemunhado a fé com sentimento de pertença, de comunhão e participação numa Igreja viva e madura a serviço da “vida em plenitude”. Prossigamos juntos, como Igreja Sinodal sem medo de lançar as redes em águas mais profundas.

Saúdo particularmente, e de modo especial aos presbíteros deste amado Presbitério, que por algum tempo me acolheu e do qual, depois do meu presbitério de origem, Campo Maior, sinto ser um co-presbitério meu, pois a maior parte de minha vida sacerdotal foi aí que vivi. Como discípulos missionários colaboradores preciosos e indispensáveis da Ordem Episcopal, vamos juntos “cuidar de nós, e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo nos estabeleceu como guardiães, como pastores da Igreja de Deus” (Cf. Atos 20,28).

Contem comigo, na proximidade, oportunamente tão recomendada pelo Papa Francisco, durante a Visita ad Limina (maio de 2022). Contem com a minha proximidade de pai, de irmão, de amigo. Espero também poder contar com vocês!

Meu propósito de proximidade, apreciada por mim, e exortada pelo Santo Padre, estende-se a todos os arquidiocesanos (as).

Sei que Deus não me chamou e me enviou por meus próprios méritos. Quem sou eu? Sou pequeno, sou limitado diante da grandeza deste ofício, ainda mais exigente nos tempos hodiernos, no mundo cada vez mais urbano com seus desafios, mudanças e contradições.  No entanto, ouso dizer com o apóstolo que é “pela graça de Deus que sou quem sou” (1Cor 15,10). É com ela que eu conto! E seguindo o itinerário do mesmo apóstolo, sinto o Senhor a dizer-me: “Não tenhas medo…porque eu estou contigo...Nesta cidade há um povo numeroso que me pertence” (At 18,9).

Contem comigo! Venho na força do Espírito Santo em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, de coração e braços abertos, para servir, entregando minha vida pelo anúncio da boa nova do Reino a todos, com especial predileção aos mais pobres e sofredores. Rezem por mim e ajudem-me a ser bom discípulo e bom pastor, do jeito que vocês merecem ter.

Em breve estarei aí definitivamente, com os “pés na missão”. Ainda preciso ficar em minha querida Parnaíba, de onde saio sangrando e de cujo povo levarei apreço, gratidão e saudade. Pensei que aqui fosse viver o que me resta da minha vida e de meus dias, mas Deus me mandou sair. Bispo “em saída” com a Igreja. Em Parnaíba, devo ainda cumprir agenda como Administrador Apostólico, até o dia 25 de fevereiro, data em que chegarei a Teresina, com o “coração ardente” à inteira disposição para ser apresentado, às 19h, para vocês tomarem posse de mim. Todos estão convidados.

Mais uma vez, confio minha missão episcopal e toda esta Arquidiocese a Nossa Senhora das Dores, “Virgem Mãe da Soledade”, e a São José, que intercedam por nós junto a seu filho Jesus Cristo.

Por enquanto, despeço-me, suplicando a Deus uma bênção a todos, com voto de um Feliz Ano Novo!

O Senhor vos abençoe e vos guarde. Faça brilhar sobre vós a sua face, e se compadeça de vós. Volte para vós seu olhar e vos dê a sua paz. Amém.

Para que todos tenham vida (Jo 10,10)

Parnaíba, 04 de janeiro de 2023

Juarez Sousa da Silva 

Arcebispo eleito de Teresina

Administrador Apostólico de Parnaíba

Trajetória de dom Jacinto Furtado

Natural de Bacabal, no Maranhão, Jacinto Furtado de Brito Sobrinho está à frente da Igreja de Teresina desde 2012, após ser indicado pelo Papa Bento XVI para ocupar a vaga do cardeal Sérgio da Rocha, à época transferido para Brasília.

Foi ordenado padre em 1972 e possui formação em Psicopedagogia. Como bispo, nomeado pelo Papa João Paulo II, em 1998, atuou no município de Crateús, no Ceará. Dom Jacinto é o sétimo arcebispo metropolitano de Teresina.

Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho nasceu em Bacabal (MA) no dia 16 de junho de 1947. Realizou seus primeiros anos de estudos no Grupo Escolar Osvaldo Aranha (1ª a 4ª séries) e no Colégio Nossa Senhora dos Anjos (5ª a 8ª séries), em Bacabal. Fez estudos secundários no seminário Santo Antônio, em Campina Grande. Estudou Filosofia no seminário provincial de Fortaleza e no seminário regional do Nordeste, em Recife. Cursou Teologia no seminário regional do Nordeste, em Recife. Possui formação em psicopedagogia.

Jacinto Brito foi ordenado padre no dia 15 de janeiro de 1972, em Bacabal. Foi pároco na paróquia de São Benedito em Pedreiras, no período de 1972 a 1994. Foi membro do Conselho Pastoral Diocesano (1972-1980); membro da Comissão Nacional do Clero (1980-1983); membro do Colégio de Consultores da Diocese (1984-1994); Vigário geral da diocese (1990-1995). Foi reitor do Seminário Interdiocesano de Santo Antônio, em São Luís (1995-1998), onde também ensinou a disciplina prática sacramental.

Foi nomeado bispo de Crateús pelo Papa João Paulo II, em 18 de fevereiro de 1998. Recebeu a ordenação episcopal no dia 24 de maio de 1998, em Crateús, das mãos de dom Antônio Batista Fragoso, de dom Paulo Eduardo Andrade Ponte e de dom Pascásio Rettler. No dia 22 de fevereiro de 2012, o Papa Bento XVI o nomeou arcebispo de Teresina. Como 2º bispo diocesano de Crateús, sucedeu a dom Antônio Batista Fragoso. É o 7º arcebispo de Teresina, sucedendo a dom Sérgio da Rocha.

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota de saudação ao novo arcebispo de Teresina (PI), dom Juarez de Souza da Silva, e um agradecimento ao dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, agora emérito.

Saudação a dom Juarez de Souza da Silva

Estimado dom Juarez, 

Recebemos com muita alegria a notícia de sua nomeação, feita pelo Papa Francisco, como arcebispo de Teresina (PI). Estamos certos de que sua vocação e espírito missionário serão essenciais ao longo desse novo momento de seu ministério.

No tempo em que celebramos as exéquias do Papa Emérito Bento XVI, destacamos um trecho da sua mensagem por ocasião do Dia Mundial das Missões, em 2011, para animá-lo neste novo momento de seu ministério:

“A missão universal envolve todos, tudo e sempre. O Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas é um dom a partilhar, uma boa notícia a comunicar. E este dom-empenho está confiado não só a algumas pessoas, mas a todos os batizados”.

Assim como lembra-nos Jesus – se perseverarmos – nada temos a temer, até das vicissitudes tristes e difíceis da vida, nem sequer do mal que vemos à nossa volta, pois continuamos enraizados no bem.

Que Nossa Senhora Aparecida, serva perseverante na oração (cf. At 1, 12), o fortaleça na sua missão. 

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva

Arcebispo de Cuiabá (MT)

Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

Agradecimento a dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho

Estimado dom Jacinto,

A presidência da CNBB tomou conhecimento, nesta quarta-feira, 4 de janeiro, da decisão do Papa Francisco em acolher o seu pedido de renúncia, de acordo com o cânon 401§1º do Código de Direito Canônico.

Gostaríamos de lhe expressar imensa gratidão por sua vida e serviço junto às igrejas particulares de Crateús (CE) e Teresina (PI) e por seu dedicado empenho na vida missionária, em especial na região Nordeste.

Que a graça de Deus lhe permita continuar, na emeritude, sendo presença solidária e amorosa no meio do povo de Deus e, especialmente, dos que mais precisam.

Com preces,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Presidente da CNBB 

Dom Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Primeiro Vice-Presidente da CNBB 

Dom Mário Antônio da Silva

Arcebispo de Cuiabá (MT)

Segundo Vice-Presidente da CNBB 

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

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