Papa Francisco volta a dizer que há viadagem na Igreja Católica, diz imprensa

Desde sua eleição em 2013, Francisco, 87, tem orientado a Igreja a uma postura mais acolhedora com fiéis LGBTQIA+.

Papa Francisco | Foto: VATICAN MEDIA Divisione
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O papa voltou a usar o termo homofóbico viadagem (frociaggine, no original em italiano) semanas depois de ter sido obrigado a se desculpar por ter dito a palavra em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos, relatou nesta terça-feira (11) a agência de notícias italiana Ansa.

Enquanto conversava com padres de Roma, o pontífice disse na terça que "existe um ar de viadagem no Vaticano", e repetiu que homens com "tendências homossexuais" não deveriam ter permissão de entrar para o seminário e se tornarem sacerdotes.

Em resposta, o Vaticano disse em nota que o papa reforçou a necessidade que pessoas LGBTQIA+ sejam acolhidas pela Igreja Católica ao mesmo tempo em que é preciso cautela para que elas não virem seminaristas.

No último dia 27, os principais jornais da Itália revelaram que o papa Francisco disse em uma reunião em 20 de maio que os seminários já estão "cheios de viadagem", e que homens gays não podem ter permissão para se tornar padres.

Os bispos presentes no encontro disseram ao Corriere della Sera, que, na época, estava claro que o papa Francisco "não tinha consciência" de quão ofensiva a palavra é em italiano, sua língua não materna. Afirmaram que "a gafe do papa foi evidente" aos presentes. Desde sua eleição em 2013, Francisco, 87, tem orientado a Igreja a uma postura mais acolhedora com fiéis LGBTQIA+.

A medida mais significativa veio em dezembro do ano passado, quando o pontífice e autorizou a bênção a casais do mesmo sexo e àqueles considerados "em situação irregular", termo usado para se referir aos que estão em sua segunda união após um divórcio. Francisco, entretanto, manteve o veto ao casamento homoafetivo.

Amigos do pontífice e observadores do Vaticano insistem que o escândalo do termo homofóbico, possivelmente o maior desastre de relações-públicas de seu papado de 11 anos, não deve obscurecer seu histórico como um papa reformador e amigável à comunidade LGBT.

No entanto, alguns dizem que a gafe se encaixa em um padrão de equívocos papais que minam sua autoridade e levantam questões sobre suas convicções e o caminho de reforma que ele tem em mente para a igreja.

(Com informações da FolhaPress)

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